Um total de 75 mil pessoas vão passar a ter médico de família no Hospital de Cascais, uma medida que representa uma despesa de seis milhões de euros até final deste ano, anunciou, nesta quinta-feira, o Governo.

"O Governo aprovou uma resolução que dá acesso à medicina geral e familiar a 75 mil pessoas que até hoje não têm médico de família", avançou o ministro da Presidência, após o Conselho de Ministros.

Segundo António Leitão Amaro, esta medida está prevista no Plano de Emergência e Transformação da Saúde, aprovado pelo executivo no final de maio, no âmbito do objetivo de alargar o acesso à medicina geral e familiar.

A atribuição de médico de família a essas 75 mil pessoas será feita até ao final do ano no hospital de Cascais Dr. José de Almeida, que integra o Serviço Nacional de Saúde (SNS) na modalidade de Parceria Público-Privada (PPP).

De acordo com o governante, a despesa de seis milhões de euros até ao final do ano para contratualizar as listas de utentes com o hospital representa "menos 24 euros por doente, em preço comparado, se fossem servidos por outras alternativas".

Esta medida vai abranger, na sua maioria, utentes da Unidade Local de Saúde (ULS) Amadora-Sintra, mas também da ULS Lisboa Ocidental.

O ministro reconheceu ser "verdade" que 75 mil pessoas é uma pequena percentagem do universo de mais de 1,6 milhões de pessoas sem médico de família, mas considerou esse total representa uma das "pesadíssimas heranças" recebidas do anterior Governo socialista e que irá "demorar a resolver".

Trata-se de "uma nova medida, usando a capacidade do SNS, mas em modelo de PPP", disse António Leitão Amaro, ao salientar que o Governo não tem "nenhum dogma nem trauma ideológico" e que pretende "servir quem não está servido" com médico de família.

O governante adiantou que este regime começa a funcionar até final deste ano, mas que é criado com a "vocação e com a perspetiva do seu prolongamento", com base na avaliação da qualidade do acesso dos utentes e da poupança na despesa.

António Leitão Amaro referiu ainda que o regime agora aprovado "protege a capacidade existentes nas outras unidades do Serviço Nacional de Saúde", uma vez que o Hospital de Cascais não pode recrutar médicos que tenham tido vínculo às duas ULS nos últimos três meses.

Com Lusa