O aluno da Escola Básica 1, 2 e 3 de Azambuja, que esfaqueou seis colegas com idades entre os 11 e os 14 anos na terça-feira, fazia pesquisas em sites nazis, indicou uma fonte próxima do processo ao Expresso.

De acordo com o semanário, que cita a fonte, o estudante estava num processo de se deixar influenciar pelo ideário nazi através de informação que encontrava em sites abertos na Internet. Os investigadores consideram, no entanto, que ainda é cedo para relacionar as pesquisas com o ataque de terça-feira.

A mesma fonte adianta ao Expresso que a criança não está bem a nível psicológico e emocional e que falta perceber se teve um surto psicótico ou se algo a estava a perturbar.

O rapaz de 12 anos vai ser colocado num centro educativo na região de Lisboa que funciona em regime aberto e semiaberto. Isto significa que passará os dias e as noites internado, porque tem menos de 14 anos e, por isso, a lei não permite que a medida cautelar seja aplicada em regime fechado - ou seja, com total privação da liberdade.

No regime aberto ou semiaberto os menores ficam na instituição, mas podem ter visitas mais regulares e podem ser concedidas idas a casa e eventuais atividades no exterior. A decisão será revista no máximo dentro de dois meses e pode vir a ser renovada, mas, até lá, o Ministério Público deve continuar com a investigação e o jovem será submetido a exames psicológicos e psiquiátricos.

A medida cautelar foi determinada pelo Tribunal de Família e Menores de Vila Franca de Xira, depois de o aluno ter sido sujeito a uma avaliação psicológica e de o Ministério Público ter aberto um inquérito tutelar educativo.

E depois?

No final do inquérito, o processo pode ser arquivado ou ser levado a um juiz de família e menores que, com outros dois juízes sociais, decidirá a medida tutelar - o equivalente a uma pena, que no máximo passará por manter a criança internada no centro educativo.

A investigação tenta agora perceber o que levou a criança a esfaquear colegas de forma indiscriminada. O rapaz usou uma faca grande, doméstica, e parecia usar um colete à prova de bala, mas depois de analisado veio a comprovar-se que era apenas um colete de brincar.