"O número é muito grande e pode chegar a um milhão de pessoas", o que equivaleria a um sexto da população total do Líbano, disse Mikatil durante uma conferência de imprensa, segundo a agência francesa AFP.

"Poderá ser a maior deslocação de população na história do Líbano", acrescentou.

O Hezbollah abriu uma frente contra Israel no início da guerra em Gaza, desencadeada pelo ataque do Hamas ao território israelita em 07 de outubro de 2023, em apoio ao grupo palestiniano, sem no entanto lançar uma guerra total.

Israel lançou há uma semana uma campanha de bombardeamentos em grande escala contra os bastiões do Hezbollah no sul e no leste do país, bem como nos subúrbios do sul de Beirute, matando mais de 700 pessoas, segundo o Ministério da Saúde.

Um dos bombardeamentos visou a sede do Hezbollah, na sexta-feira, e resultou na morte do líder do grupo, Hassan Nasrallah, além de outros dirigentes da organização xiita e de um general iraniano.

Os bombardeamentos provocaram também a deslocação de cerca de 120.000 pessoas, segundo a OIM (Organização Internacional para as Migrações).

Muitas das pessoas encontraram refúgio em Beirute, em condições precárias, e há quem receie que as deslocações possam ameaçar o frágil equilíbrio entre as comunidades sunita, cristã, xiita e drusa no Líbano.

Milhares de pessoas também fugiram para a Síria, de acordo com as autoridades do regime do Presidente Bashar Al-Assad.

O jornal libanês L'Orient du Jour noticiou hoje que centenas de famílias, incluindo sírios e libaneses, estavam concentradas na ponte de Qammar em Wadi Khaled, para tentar entrar na Síria pela estrada de al-Baqi'a em direção a Homs.

Muitos deles estão a enfrentar atrasos administrativos na fronteira síria, o que os deixa retidos no lado libanês do ponto de passagem durante todo o dia, à espera de autorização para entrar em território sírio, acrescentou.

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