No bairro do Zambujal, na Amadora, continuam os distúrbios após a morte de Odair Moniz, baleado pela PSP na Cova da Moura. Ao final desta tarde foram ouvidas explosões e um autocarro da Carris ardeu.

Pelas 19:05, as equipas de prevenção e intervenção rápida da PSP que se encontravam na praça de São José deslocaram-se para o interior do bairro.

Em declarações à SIC, um morador relatou que o um grupo composto por várias pessoas de cara tapada mandou parar o autocarro, tendo ordenado aos passageiros e ao motorista que saíssem do veículo. Depois disso, terão lançado fogo ao mesmo.

Entretanto, a polícia montou um perímetro de segurança e foram cortados os acessos ao bairro, não sendo possível entrar nem sair.

A SIC apurou ainda que houve necessidade de assistir pelo menos dois moradores, devido a inalação de fumos.

Segunda noite de distúrbios

Já na noite de segunda-feira, pelo menos 30 pessoas causaram distúrbios no bairro do Zambujal, em Lisboa, onde morava o homem morto a tiro pela PSP na Cova da Moura. Vários caixotes do lixo foram incendiados e pelo menos uma pessoa ficou ferida, mas ninguém foi detido.

Pouco depois das 21:00 instalou-se o caos no bairro do Zambujal: caixotes do lixo a arder e outros virados ao contrário para impedir a entrada das autoridades.

Os bombeiros foram chamados e terão sido mal recebidos. Pediram ajuda à polícia, que destacou equipas de intervenção rápida da PSP e da Unidade Especial de Polícia.

O que se passa?

Estes tumultos são a resposta dos moradores do bairro à morte de Odair Moniz, também ele morador do bairro do Zambujal, baleado fatalmente pela polícia na madrugada de domingo para segunda-feira na Cova da Moura.

Segundo a PSP, o homem terá fugido à polícia e, depois de ser abordado, terá resistido à detenção e tentado agredir os agentes com uma arma branca - tendo sido baleado.

O agente da PSP que disparou foi constituído arguido. A notícia foi confirmada esta terça-feira pela SIC que apurou que o agente já foi interrogado pela Polícia Judiciária e entregou a arma às autoridades.

O caso está a ser investigado pela Polícia Judiciária e levou à abertura de um inquérito urgente pela Inspeção Geral da Administração Interna.

[Notícia em atualização]