Quatro anos depois, Bruno Lage está de regresso ao Benfica para suceder Roger Schmidt como treinador da equipa principal. Em 2020, o técnico setubalense saiu da Luz pela 'porta pequena' para dar lugar ao também regressado Jorge Jesus.
Depois de conquistar um campeonato nacional e uma Supertaça em 2019 pelos 'encarnados', Bruno Lage foi do "céu ao inferno" em pouco tempo.
Com uma pandemia de covid-19 pelo meio, o treinador de 48 anos deixou as 'águias' e rumou ao estrangeiro para orientar o contingente português no Wolverhampton e mais tarde os brasileiros do Botafogo, sem muito sucesso nos dois clubes.
Lage regressa a uma casa onde já foi feliz mas também... infeliz
Em janeiro de 2019, a equipa do Benfica encontrava-se no quarto lugar do campeonato. Luís Filipe Vieira, depois de ter tido uma 'luz', decidiu que era hora de mudar.
O presidente dos 'encarnados' da altura escolheu o então treinador da equipa B para substituir Rui Vitória, numa situação que seria 'apenas' interina.
Com Bruno Lage no leme, a equipa somou 18 vitórias e um empate em 19 jogos disputados, recuperando de uma desvantagem de sete pontos em relação ao FC Porto e sagrou-se campeão nacional. Uma solução interina que se tornou permanente.
Na época seguinte, o Benfica arrancou com a conquista da Supertaça Cândido de Oliveira, com uma goleada sobre o rival Sporting.
No campeonato, terminou com uma primeira volta 'quase imaculada'. Venceu 16 dos 17 jogos disputados e conquistara uma vantagem de sete pontos sobre o FC Porto.
Em março de 2020, uma pandemia de covid-19 deixou os estádios de futebol vazios e os 'encarnados' ressentiram-se e entraram numa onda de maus resultados, tendo conquistado apenas duas vitórias em 13 partidas realizadas.
Os maus resultados aumentavam a ira dos adeptos sobre a equipa. Para além dos insultos recorrentes, o autocarro foi apedrejado na A2 e os jogadores Julian Weigl e Andrija Zivkovic ficaram feridos nesse incidente.
Os resultados não agradavam e tensão subia cada vez mais de tom, com a casa de Bruno Lage ser vandalizada, tal como as de Grimado, Pizzi e Rafa.
Desaires com 'insulares' ditaram o adeus
À 28.ª jornada, o Benfica perdeu em casa com o Santa Clara, por 4-3, e o jogo seguinte era decisivo para as aspirações do bicampeonato.
Na Madeira, frente ao Marítimo, o desaire por 2-0 ditou o fim de Bruno Lage no comando técnico das 'águias'. O treinador setubalense colocou o lugar à disposição da direção de Luís Filipe Vieira, que decidiu que era altura para mudar a equipa técnica.
Para terminar a temporada, Nélson Veríssimo foi o homem escolhido e a vantagem de sete pontos transformou-se numa desvantagem de cinco no final do campeonato.
Depois do Benfica, o que seguiu na carreira de Lage?
Um ano depois de deixar os 'encarnados', Bruno Lage assumiu o comando técnico dos ingleses do Wolverhampton. Se na primeira temporada a situação foi pacifica, com a equipa a terminar no 10.º posto da Premier League, na segunda época as coisas não correram de feição com sucessivos maus resultados.
Em outubro de 2022, Lage deixou os 'wolves', ao fim de oito jornadas com apenas uma vitória conquistada.
Em julho de 2023, seguiu-se mais uma aventura pelo estrageiro. O treinador português assumiu o cargo de treinador principal dos brasileiros do Botafogo, ocupando a vaga deixada pelo Luís Castro, que tinha rumado aos sauditas dos Al Nassr de Cristiano Ronaldo e Otávio.
Quando Bruno Lage pegou na equipa, o 'Fogão' liderava o Brasileirão com 13 pontos de vantagem sobre o segundo classificado.
Em outubro desse ano, Bruno Lage foi despedido do emblema carioca ao fim de 16 jogos, tendo conseguido cinco vitórias, sete empates e quatro derrotas.
O regresso ao 'Ninho da Luz'
Setembro de 2024 marca o regresso de Bruno Lage ao Benfica para suceder Roger Schmidt no comando técnico da equipa principal. Nestes últimos meses, Schmidt viveu um período de contestação muito semelhante ao que Lage viveu há quatro anos.
A incerteza paira na cabeça dos adeptos benfiquistas: será que Bruno Lage conseguirá repetir a temporada 2018/19?