Os militares israelitas realizaram ataques aéreos nos subúrbios a sul de Beirute, naqueles que terão sido, de acordo com a agência Reuters, um dos seus mais pesados ​​ataques diurnos na área controlada pelo Hezbollah. Os ataques dão-se depois de o ministro da Defesa israelita ter descartado um cessar-fogo até que as metas estabelecidas sejam alcançadas: “Israel não concordará com qualquer acordo que não garanta o direito de Israel de impor e prevenir o terrorismo por conta própria, e de cumprir os objetivos da guerra no Líbano, que são desarmar o Hezbollah e a sua retirada para além do rio Litani, além de devolver os residentes do norte às suas casas em segurança.”

Cerca de uma dúzia de ataques abalaram os subúrbios do sul a partir do meio da manhã. Depois de publicarem avisos aos civis nas redes sociais, os militares israelitas anunciaram ter atingido alvos do Hezbollah na zona de Dahiyeh, em Beirute, e mais tarde disseram que desmantelaram a maior parte das instalações de armas e mísseis do grupo. As Forças de Defesa de Israel também garantem terem tomado medidas para reduzir os danos aos civis, repetindo que o Hezbollah se mistura deliberadamente em áreas civis para usar os residentes como escudos humanos.

No norte de Israel, na cidade de Nahariya, duas pessoas morreram quando um edifício residencial foi atingido, afirmou a polícia israelita. Mais tarde, o Hezbollah assumiu a responsabilidade por um ataque com drone que, segundo o grupo islamita libanês, tinha como alvo uma base militar, a leste de Nahariya.

Os israelitas foram obrigados a proteger-se dos ataques de drones no norte, disseram os militares. Um deles atingiu o pátio de um jardim de infância num subúrbio de Haifa, onde as crianças foram levadas de urgência para um abrigo, disseram as equipas de resgate. Ninguém ficou ferido. Os ataques israelitas através da fronteira mataram oito pessoas na aldeia libanesa de Baalchmay, a sudeste de Beirute, e seis pessoas na aldeia de Joun, no distrito de Chouf, no Monte Líbano, disse o Ministério da Saúde do Líbano.

Outro foco da guerra, Gaza também enfrenta dificuldades. Um conjunto de organizações de ajuda internacional acusa Israel de ignorar um ultimato norte-americano que ameaçava com sanções se Israel não implementasse uma série de medidas para combater a crise humanitária em Gaza, de acordo com o jornal “The Guardian”.

O ultimato previa um prazo de 30 dias, que expira na quarta-feira. Os grupos de ajuda humanitária garantem que nenhuma condição foi atendida. Washington, por outro lado, ainda não disse se considera que Israel cumpriu.

Numa concessão de última hora, as autoridades israelitas anunciaram uma extensão da designada “zona humanitária” em Gaza, acrescentando áreas interiores que poderiam aliviar parcialmente a sobrelotação e permitir que algumas pessoas deslocadas se afastassem da costa, agora que a época mais fria já se avizinha.

Outras notícias em destaque:

⇒ O Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a intenção de designar o ex-governador do Arkansas Mike Huckabee como embaixador norte-americano em Israel. "Ele adora Israel e o povo de Israel e, da mesma forma, o povo de Israel adora-o", justificou o político republicano numa declaração. Huckabee é um defensor acérrimo de Israel e o anúncio da sua nomeação ocorre numa altura em que Trump prometeu alinhar mais estreitamente a política externa de Washington com os interesses do Governo israelita.

⇒ O Presidente norte-americano, Joe Biden, reuniu-se na Casa Branca com o homólogo israelita, Isaac Herzog, numa tentativa de avançar com um cessar-fogo em Gaza antes do próximo chefe de Estado, Donald Trump, tomar posse em janeiro. Falando aos repórteres no Salão Oval, Herzog elogiou os esforços de Biden por trabalhar "dia após dia" para conseguir a libertação dos reféns israelitas que o grupo islamita Hamas capturou durante o ataque de 7 de outubro de 2023 e que continuam a "viver no inferno nas masmorras de Gaza".

⇒ As autoridades do Irão anunciaram que estão a construir, pela primeira vez no país, um "túnel defensivo" na capital, Teerão, após os bombardeamentos perpetrados pelo Exército israelita e perante o aumento das tensões no Médio Oriente. O conselheiro para os transportes da capital iraniana, Yafar Tashri Hashemi, referiu que "pela primeira vez na História do país, está a ser construído um túnel em Teerão para fins defensivos", acrescentando que vai de uma estação de metro até ao Hospital Imam Khomeini.