Realiza-se esta tarde o funeral de Odair Moniz, o homem que morreu depois de baleado pela PSP na Cova da Moura. Primeiro, será celebrada uma missa às 14:00 na igreja da Buraca. O corpo segue depois para o cemitério da Amadora. A PSP informou que vai estar presente, mas de forma discreta. As cerimónias fúnebres acontecem quase uma semana depois da morte do homem, de 43 anos.

O cabo-verdiano, da ilha de Santiago, deixa três filhos, mulher e muitos amigos no Bairro do Zambujal, em Alfragide, onde a repórter Conceição Ribeiro dá conta de uma manhã serena. Também a noite foi mais tranquila, após várias madrugadas de desacatos em diversos bairros da Grande Lisboa.

“Esta madrugada foi tranquila aqui no bairro e nos arredores deste bairro também, a manhã também está a ser muito tranquila. É uma manhã normal, apesar de daqui a umas horas decorrer o funeral de Odair Moniz”, descreve a repórter Conceição Ribeiro.


"Reiteramos os sentidos pêsames pela morte deste cidadão e, obviamente, que estaremos de forma presencial, mas discreta, durante este período", avançou o Comando Metropolitano de Lisboa da Polícia de Segurança Pública (PSP), este sábado.

O comandante metropolitano, superintendente Luís Elias, manifestou a disponibilidade da PSP para "apoiar no que for preciso", como desvios de trânsito que sejam necessários, e que estarão atentos a hipotéticos distúrbios, algo que não esperam que aconteçam.



Odair Moniz, cidadão cabo-verdiano de 43 anos e morador no Bairro do Zambujal, na Amadora, foi baleado por um agente da PSP na madrugada de segunda-feira, no Bairro da Cova da Moura, no mesmo concelho, e morreu pouco depois, no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa.


Segundo a PSP, o homem pôs-se "em fuga" de carro depois de ver uma viatura policial e despistou-se na Cova da Moura, onde, ao ser abordado pelos agentes, "terá resistido à detenção e tentado agredi-los com recurso a arma branca".


A associação SOS Racismo e o movimento Vida Justa contestaram a versão policial e exigiram uma investigação "séria e isenta" para apurar responsabilidades, considerando que está em causa "uma cultura de impunidade" nas polícias.


A Inspeção-Geral da Administração Interna e a PSP abriram inquéritos e o agente que baleou o homem foi constituído arguido.

Com Lusa