O padre católico francês Abbé Pierre foi acusado em 17 novos relatos de violência sexual, segundo um relatório enviado esta sexta-feira à agencia noticiosa AFP, sete semanas após as primeiras revelações sobre o caso.

"Até à data, foi possível identificar pelo menos 17 pessoas adicionais que sofreram violência às mãos" do padre que morreu em 2007, de acordo com o relatório da Egaé, que refere em particular a atos que podem ser considerados violações, alegadamente cometidos entre os anos 1950 e 2000.

Na sequência destes novos testemunhos, a Fundação Abbé-Pierre anunciou a sua decisão de mudar de nome, enquanto a Emmaus anunciou que o memorial dedicado ao padre em Esteville, no oeste de França, será encerrado definitivamente.

O relatório da empresa especializada Egaé, encomendado pelas duas organizações em julho para recolher novos testemunhos, refere "toques não solicitados nos seios" e "beijos forçados", bem como a "contactos sexuais repetidos com uma pessoa vulnerável", "atos repetidos de penetração sexual" e "contactos sexuais com uma criança".

As pessoas que testemunharam são ou foram voluntários da Emmaus, empregados de locais onde o Abbé Pierre esteve, membros de famílias próximas do padre ou pessoas que conheceram em eventos públicos, segundo a Egaé.

Reconhecido pela sua ação a favor dos mais desfavorecidos, o padre foi durante muito tempo a personalidade preferida dos franceses.