O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, encontraram-se nesta quinta-feira na Casa Branca para abordar um cessar-fogo para a guerra que se prolonga há nove meses na Faixa de Gaza.

“Temos muito que conversar”, disse Biden quando deu as boas-vindas a Netanyahu na Sala Oval. “Quero agradecer-lhe por 50 anos de serviço público e 50 anos de apoio ao Estado de Israel”, respondeu o líder israelita. Mais tarde, Netanyahu irá encontrar-se com a vice-presidente, Kamala Harris.

Um alto funcionário norte-americano, que falou à Agence France-Presse (AFP) sob condição de anonimato, adiantou que as negociações para um acordo de cessar-fogo e libertação de reféns estão “quase concluídas”. “Acreditamos que está perto da conclusão e que se pode chegar a um acordo”, frisou.

No discurso à nação na noite de quarta-feira, para explicar a decisão de abandonar a corrida às eleições de novembro, Biden prometeu que vai continuar a trabalhar “para acabar com a guerra em Gaza” nos seis meses que lhe restam na Casa Branca. “Vou continuar a trabalhar para acabar com a guerra em Gaza, trazer para casa todos os reféns e trazer paz e segurança ao Médio Oriente e acabar com esta guerra”, garantiu.

O exército israelita prossegue os ataques com bombardeamentos aéreos e de artilharia sobre a cidade de Gaza e em Beit Lahia, no norte, onde nove pessoas foram mortas, e em Al-Bureij, no centro do enclave palestiniano, enquanto no sul continua a avançar em Khan Yunis e Rafah.

Escombros em Khan Yunis
Escombros em Khan Yunis Anadolu

Outras notícias do dia:

⇒ O chefe da diplomacia europeia pede que Israel anule a decisão de proibir a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), classificando-a como absurda. “Proibir a UNRWA – e rotulá-la de terrorista, o que não é o caso – equivale a pôr em causa a estabilidade regional e a dignidade humana de todos os que beneficiam do trabalho da agência das Nações Unidas. Juntamo-nos a muitos parceiros para exortar o Governo israelita a pôr termo a este absurdo”, escreveu Josep Borrell na rede social X.

⇒ O Irão condenou a receção no Congresso norte-americano ao primeiro-ministro israelita em plena guerra. “As crianças palestinianas são massacradas todos os dias pelo talhante de Telavive e, perante todos estes crimes, o Governo e o Congresso norte-americanos dão as boas-vindas a este carrasco com aplausos”, acusou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Nasser Kanani.

⇒ A vice-presidente dos Estados Unidos e potencial candidata presidencial democrata, Kamala Harris, criticou a queima de uma bandeira norte-americana durante um protesto contra a visita do primeiro-ministro israelita a Washington. “Condeno a queima da bandeira americana. Esta bandeira é um símbolo dos nossos mais elevados ideais como nação e representa a promessa da América. Nunca deveria ser profanada desta forma”, disse em comunicado.

⇒ As forças israelitas recuperaram os corpos de cinco reféns raptados pelo Hamas. Os corpos de Maya Goren, Ravid Katz e Oren Goldin, residentes num kibutz perto da Faixa de Gaza, assim como os de dois soldados, Tomer Ahimas e Kiril Brodski, foram transportados para Israel, indicou o exército.

⇒ O líder dos hutis do Iémen, Abdulmalik al Huti, prometeu que o movimento político-religioso vai responder aos ataques desencadeados por Israel na semana passada contra um importante porto iemenita controlado pelas suas forças. Num discurso transmitido pela televisão, Al Huti considerou “inevitável a resposta ao que o inimigo israelita fez na agressão a Al Hodeida”.

⇒ O Presidente russo, Vladimir Putin, recebeu o homólogo sírio, Bashar al-Assad, em Moscovo, segundo imagens difundidas pela televisão russa. O líder russo mencionou a “escalada” da situação no Médio Oriente como um tema de discussão, bem como as relações económicas bilaterais.

Pode recordar os acontecimentos que marcaram o dia anterior aqui.