"Estamos num ponto de inflexão. As escolhas que fizermos hoje determinarão o futuro nas próximas décadas", disse Biden, na sua intervenção na Assembleia Geral da ONU, que decorre em Nova Iorque.
O Presidente norte-americano lembrou que o seu Governo "mantém os compromissos com a Carta das Nações Unidas", em vários dos "graves momentos" que o planeta tem vindo a atravessar.
Quando a Rússia invadiu a Ucrânia, nós poderíamos ter ficado parados e apenas protestar. A vice-Presidente (Kamala) Harris e eu entendemos que aquilo ia contra tudo o que esta instituição deve ser. Por isso, sob meu comando, a América entrou em jogo, oferecendo segurança económica e ajuda humanitária. E os nossos aliados e parceiros da NATO e mais de 50 nações uniram-se", recordou Biden.
"A boa notícia é que a guerra de Putin falhou, no seu objetivo fundamental", defendeu o líder norte-americano, insistindo no seu "apoio inequívoco" a Kiev, no conflito que dura desde 2022.
"Também estamos a trabalhar para conseguir paz e estabilidade no Médio Oriente", acrescentou Biden, condenando o ataque do movimento islamita Hamas em território palestiniano, em 07 de outubro, que considerou ser "um inferno".
"Este é o tempo de trazer os reféns para casa e garantir a segurança para Israel e deixar Gaza livre do Hamas", prometeu Biden, que recordou que o conflito no Médio Oriente se agrava com o envolvimento do movimento libanês Hezbollah, mostrando-se determinado em evitar "uma guerra mais ampla, que engula toda a região".
O Presidente dos EUA disse também estar empenhado em assegurar que o Irão "nunca conseguirá uma arma nuclear" e prometeu procurar uma solução para o Sudão, que vive "uma das piores crises humanitárias do planeta".
Biden também prometeu ajudar os países africanos a combater epidemias, com o envio de um milhão de vacinas, ajudando também essa região com alimentação e na transição digital.
O Presidente norte-americano mostrou-se ainda convicto da necessidade de uma reforma profunda da ONU, quando o mundo enfrenta novos desafios.
"A Inteligência Artificial vais mudar os nossos modos de vida, nos nossos modos de trabalho e os nossos modos de guerra", disse Biden, defendendo regras globais para esta nova tecnologia.
No final, Biden explicou por que razão, ao fim de 50 anos de serviço público, tinha decidido sair da cena política, não se recandidatando ao cargo que ocupa, argumentando que "esta é a hora de uma nova geração de liderança".
RJP //APN
Lusa/Fim