Num comunicado divulgado no domingo, a operadora de jogo Galaxy Macau disse que Domingo vai partilhar o palco com "três talentos em ascensão": a chinesa Wang Bingbing, a italo-alemã Anna Doris Capitelli e a maestrina Beatrice Venezi.
O programa vai incluir árias e duetos de óperas famosas como "La Traviata", "A Viúva Alegre", "Carmen" e "As Bodas de Fígaro".
Os bilhetes para o concerto no Centro de Convenções Galaxy International já estão à venda e os preços variam entre as 880 e as 1.680 patacas (entre os 99 e os 188 euros).
Além de ter sido diretor de diversos teatros e fundador do prestigiado concurso mundial de ópera 'Operalia', Plácido Domingo, de 83 anos, ficou também conhecido por formar, com José Carreras e Luciano Pavarotti (1935-2007), o grupo Três Tenores.
Nos últimos anos, Plácido Domingo foi confrontado com várias acusações de assédio sexual, embora nenhuma tenha chegado a tribunal.
Em agosto de 2019, numa extensa investigação da agência de notícias norte-americana Associated Press (AP), oito cantoras e uma bailarina disseram ter sido assediadas sexualmente por Plácido Domingo, numa série de acontecimentos que ocorreram ao longo de três décadas, em espaços que incluíam companhias de ópera onde o cantor ocupava cargos de direção. Muitas disseram ter sido avisadas por colegas para nunca ficarem a sós com o tenor.
Seis outras mulheres relataram à AP avanços que lhes causaram desconforto, em particular uma cantora que Plácido Domingo repetidamente convidou para sair, depois de a ter contratado para uma série de concertos na década de 1990.
Adicionalmente, quase 30 outras pessoas ligadas à indústria musical, desde cantoras a músicos de orquestra, passando por professores de canto e administradores, confirmaram ter testemunhado comportamentos impróprios de índole sexual por parte do cantor espanhol, na altura com 78 anos.
Sete das nove mulheres disseram acreditar que as carreiras sofreram por terem rejeitado os avanços sexuais de Plácido Domingo.
Na altura, contactado pela AP, Plácido Domingo não respondeu às questões específicas sobre as acusações, declarando que "as alegações destas pessoas, cujo nome não é divulgado e que remontam até há 30 anos, são profundamente perturbadoras e - da forma como são apresentadas - imprecisas".
"Ainda assim, é doloroso ouvir que posso ter incomodado alguém ou causado desconforto, não importa há quanto tempo e apesar das minhas melhores intenções. Acreditei que todas as minhas interações e relações foram sempre bem-vindas e consensuais. Quem me conhece ou trabalhou comigo sabe que não sou alguém que intencionalmente magoasse, ofendesse ou embaraçasse outra pessoa", acrescentou o cantor, que disse que "as regras e padrões" de hoje são "muito diferentes do que foram no passado".
Uma investigação independente, conduzida em 2020 pela American Guild of Music Artists, na sequência destas acusações, confirmou "má conduta sexual" por parte de Plácido Domingo.
Entretanto, em janeiro de 2023, surgiu uma nova acusação. Uma cantora, que pediu anonimato, alegou que Plácido Domingo tentou tocar-lhe num teatro em Espanha no início dos anos 2000. Em declarações ao canal de televisão espanhol La Sexta, a cantora disse ainda que, numa outra ocasião, o tenor tentou beijá-la.
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