Nas primeiras declarações após a dissolução da coligação "semáforo", com a saída dos liberais, Scholz considerou que o Bundestag ainda tem capacidade de ação e deve aprovar as leis importantes.

"A data no final de fevereiro (para as eleições) foi finalizada e estou muito satisfeito com isso", apontou o chanceler, "até lá, o governo federal está em funções. O Parlamento também pode, naturalmente, atuar", reconhecendo que "os tempos que vivemos são muitos difíceis".

Num discurso de meia hora, o líder do executivo alemão esclareceu ainda que falou com o recém-eleito presidente norte-americano, Donald Trump, no sábado, sublinhando ter sido "uma boa conversa".

Olaf Scholz acredita que a atuação do governo alemão perante a guerra da Rússia contra a Ucrânia foi a mais adequada, destacando que o país não vai abandonar Kiev.

"É importante que esta guerra não se agrave ainda mais. É importante que esta guerra não se agrave e que não nos tornemos parte da guerra", declarou.

"Desempenhei o meu papel para que não houvesse uma escalada", argumentou perante os deputados.

A moção de confiança no parlamento alemão (Bundestag), a 16 de dezembro, realiza-se depois da demissão do ministro das Finanças, Christian Lindner (do Partido Liberal, FDP), que precipitou o fim da coligação governamental no poder na Alemanha. Uma decisão "correta e inevitável", sublinhou hoje o chanceler no início do seu discurso.

Inicialmente, o chanceler alemão, o social-democrata pretendia convocar uma moção de confiança para 15 de janeiro, o que levaria a Alemanha a votos no final de março, apenas seis meses antes do previsto, mas, depois da pressão de outros partidos e da opinião pública, mostrou mais flexibilidade.

O Presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, já aprovou, na terça-feira, o calendário para as eleições legislativas antecipadas na Alemanha acordado pelos principais partidos, considerando o dia 23 de fevereiro uma data "realista" para o escrutínio.

Após a saída dos liberais e até às eleições antecipadas, Scholz liderará um Governo minoritário formado pelo seu partido, o SPD, e pelos Verdes.

JYD // APN

Lusa/Fim