O lançamento de quarta-feira é uma "medida militar apropriada destinada a alertar os rivais, que causaram uma escalada intencional da situação regional e recentemente representaram uma ameaça à segurança nacional", disse Kim.

Num comunicado citado pela agência de notícias oficial norte-coreana KCNA, o líder afirmou ainda que a Coreia do Norte "nunca mudará a sua estratégia de desenvolvimento das suas capacidades nucleares".

O comunicado confirmou que o projétil testado era um ICBM, algo que já tinha sido avançado tanto pelo Estado-Maior Conjunto (JCS, na sigla em inglês) da Coreia do Sul como pelo ministro da Defesa japonês, Gen Nakatani.

Horas antes, Nakatani tinha dito que o míssil podia ter sido de um novo tipo, uma vez que a duração do voo, de 86 minutos, e a altitude máxima registada de mais de sete mil quilómetros excederam os dados de testes anteriores feitos pela Coreia do Norte.

O ministro sublinhou ainda que a distância de voo foi estimada em cerca de mil quilómetros.

A Guarda Costeira do Japão confirmou que o míssil caiu fora da zona económica exclusiva do país, a cerca de 300 quilómetros a oeste da ilha de Okushiri, na subprefeitura de Hokkaido (norte), referiu a emissora pública japonesa NHK.

O JCS disse que a Coreia do Norte poderia ter testado um novo míssil balístico de longo alcance com combustível sólido.

Os mísseis com propulsores sólidos incorporados são mais fáceis de mover e esconder e podem ser lançados mais rapidamente do que as armas com combustível líquido.

O porta-voz do JCS disse que o lançamento foi possivelmente agendado a pensar nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, marcadas para 05 de novembro, numa tentativa de fortalecer o poder negocial da Coreia do Norte.

Lee Sung Joon disse que o míssil norte-coreano foi lançado de um ângulo elevado, aparentemente para evitar os países vizinhos.

O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA condenou "de forma veemente" o teste e manifestou preocupação com os riscos de desestabilização da região.

"Este lançamento constitui uma violação flagrante de múltiplas resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas", disse Sean Savett, em comunicado.

O lançamento ocorreu após uma reunião realizada em Washington entre os ministros da Defesa dos EUA e da Coreia do Sul, Lloyd Austin e Kim Yong-hyun, respetivamente.

Nessa reunião, ambos os governantes condenaram o envio de tropas norte-coreanas para a Rússia, que, segundo Austin, já se tinham aproximado da frente ucraniana e estão equipadas com uniformes e materiais russos.

A Coreia do Norte lançou vários mísseis balísticos de curto alcance em 18 de setembro, um teste no qual afirmou ter testado com sucesso um novo projétil tático, capaz de transportar uma grande ogiva.

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