O Partido Democrata aprovou nesta quarta-feira um plano para começar a votação para nomear formalmente Kamala Harris como candidata presidencial a partir de 1 de agosto, antes da convenção do partido, que decorre entre os dias 19 e 22 em Chicago. O objetivo é nomear os candidatos a presidente e vice-presidente até dia 7.

Num comício que reuniu mais de 6000 mulheres negras, Harris apelou a que ajudem a revitalizar a campanha presidencial democrata, depois da desistência de Joe Biden – que fala ao país para explicar a decisão à 1h desta quinta-feira, hora de Portugal continental. “Agradeço-vos. E agora, neste momento, a nossa nação precisa da vossa liderança mais uma vez”, disse a vice-presidente no evento em Indianápolis, organizado pela Zeta Phi Beta Sorority, irmandade fundada na Howard University, que frequentou.

A diretora de campanha de Harris, Jen O’Malley Dillon, apontou o apoio entre os eleitores femininos, não-brancos e mais jovens como fundamental para o sucesso eleitoral. “Onde quer que a vice-presidente Harris vá, o entusiasmo popular segue-se”, escreveu num memorando, embora reconhecendo que a eleição será muito disputada.

Na Carolina do Norte, no primeiro comício de campanha desde que Biden abandonou a corrida, o candidato republicano Donald Trump considerou que o Presidente “desistiu porque estava a perder” nas sondagens. Depois insultou Harris, a quem chamou de “mentirosa” e classificou como “a mais incompetente vice-presidente”. “Vamos tornar a América grande de novo”, prometeu.

O dia ficou ainda marcado pela queixa apresentada por Trump à Comissão Eleitoral Federal, argumentando que Harris não pode arrecadar os fundos angariados pela campanha de reeleição de Biden. O documento apresentado pelo conselheiro geral da campanha, David Warrington, aponta estar em causa uma “descarada captura de dinheiro”.

Um apoiante de Donald Trump no comício na Carolina do Norte
Um apoiante de Donald Trump no comício na Carolina do Norte Brandon Bell

Mais notícias do dia:

⇒ O diretor do FBI informou os congressistas de que encontrou num computador do autor do atentado a Trump uma pesquisa pela distância a que estava o atirador que matou John F. Kennedy. A pesquisa no motor de busca Google é uma referência a Lee Harvey Oswald, o homem que matou o antigo Presidente em Dallas, a 22 de novembro de 1963. A pesquisa, aparentemente feita por Thomas Matthew Crooks, ocorreu a 6 de julho, uma semana antes da tentativa de assassinato do candidato republicano na Pensilvânia.

⇒ Hillary Clinton advertiu que Kamala Harris vai enfrentar “sexismo e duplicidade de critérios” na campanha eleitoral. “O currículo e o caráter de Harris serão distorcidos e depreciados por uma avalanche de desinformação e pelo tipo de preconceitos desagradáveis que já estamos a ouvir dos porta-vozes dos MAGA [‘Make America Great Again'’ referindo-se aos apoiantes de Donald Trump]”, escreveu a antiga candidata à Casa Branca num artigo de opinião, publicado no “The New York Times”.

⇒ Numa reunião à porta fechada dos republicanos da Câmara de Representantes, o líder do Comité Nacional Republicano do Congresso dos EUA, Richard Hudson, pediu aos congressistas para se limitarem a criticar Harris pelo seu papel nas políticas do Governo liderado por Biden. “Esta eleição deve ser sobre políticas e não sobre personalidades”, defendeu o líder da Câmara de Representantes, o republicano Mike Johnson, acrescentando que a campanha não deve centrar-se em matérias pessoais contra a vice-presidente, incluindo a etnia ou género.

⇒ Uma nova sondagem da CNN coloca Trump com 49% e Harris com 46%, um resultado dentro da margem de erro de 3%. O inquérito, realizado online nos dias 22 e 23 de julho, abrangeu os eleitores registados que já tinham participado em sondagens da CNN em abril ou junho, em que Trump estava à frente de Biden por 6 pontos.

⇒ A Casa Branca anunciou que Biden vai receber o primeiro-ministro israelita na quinta-feira para discutir os progressos realizados no sentido de um cessar-fogo em Gaza e da libertação de reféns. Benjamin Netanyahu terá também um encontro com Harris. O líder israelita discursou nesta quarta-feira no Congresso norte-americano, com milhares de manifestantes a protestarem.

Pode recordar o que se passou no dia anterior aqui.