1 - Convencer parte de 61% de insatisfeitos

Há um dado da sondagem CNN (19 a 22 de setembro) particularmente preocupante para as aspirações de Kamala Harris de poder vencer a 5 de novembro: 61% dos americanos consideram que "a presidência Biden foi um falhanço". Ora, dentro deste universo de grande maioria de insatisfeitos (onde haverá democratas, tendo em conta a divisão do país quase 50-50), 81% contam votar Trump e só 19% Kamala.

Isto ajuda-nos a compreender melhor porque é que Harris falou tanto, na convenção, numa "nova via de seguir em frente" e tentou, tanto na convenção como no debate de 10 de setembro, demarcar-se de mera herança da Administração Biden e tentar apontar um caminho diferente. Tendo em conta que é a candidata de emergência após a desistência tardia de Joe Biden, é obviamente um caminho difícil e desafiante para a nomeada presidencial democrata.

2 - Kamala e a “estratégia de rendição” do adversário

Kamala Harris encontrou-se com Zelensky, depois do presidente da Ucrânia ter sido recebido na Casa Branca por Joe Biden. E deixou bem vincado o seu apoio à resistência ucraniana, em contraponto com a posição do seu adversário. “Há alguns no meu país que, em vez disso, forçariam a Ucrânia a desistir de grandes partes do seu território soberano, que exigiriam que a Ucrânia aceitasse a neutralidade e que exigiriam que a Ucrânia renunciasse às relações de segurança com outras nações”, disse Kamala, numa clara referência a Donald Trump.

“Estas propostas são iguais às do [presidente russo Vladimir] Putin e, sejamos claros, não são propostas de paz. Em vez disso, são propostas de rendição, o que é perigoso e inaceitável”, acrescentou.

Trump nem sequer conseguiu dizer no debate com Kamala se quer mesmo a vitória da Ucrânia. Prepara-se para se colocar numa posição de suposta mediação e neutralidade entre russos e ucranianos para impor uma paz miserável de exigir a Kiev a cedência de territórios ao invasor.

Uma Interrogação: Será que a estratégia media de Kamala Harris está mesmo a resultar?


Todos os Presidentes dos Estados Unidos da América

31 – Herbert Hoover (1929-1933) Vice-Presidente: Charles Curtis

Partido: Republicano

Foi Secretário do Comércio antes de chegar à Casa Branca. Presidente em tempos de Grande Depressão, foi incapaz de lançar políticas para combater o desemprego galopante. Não resistiu nas urnas e falhou a reeleição em 32 para o democrata Franklin Roosevelt.

32 – Franklin D. Roosevelt (1933-1945) Vice-Presidentes: John Garner, Henry Wallace e Harry Truman

Partido: Democrático

Para muitos o mais bem-sucedido Presidente dos EUA da história. Eleito em plena Grande Depressão, travou a reeleição do republicano Hoover com a proposta do New Deal, um “contrato com os americanos” de relançamento da Economia com uma política keynesiana de obras públicas para criar emprego. Único Presidente a ser eleito quatro vezes, liderou os EUA na II Grande Guerra Mundial e ainda negociou a paz com Estaline e Churchill em Yalta, antes de morrer em Warm Springs, Geórgia, a 12 de abril de 1945, aos 63 anos, com uma hemorragia cerebral, depois de anos a lutar contra a poliomielite.

33 – Harry Truman (1945-1953) Vice-Presidente: Alben Barkley

Partido: Democrático

Tomou posse após a morte de FDR e teve de consumar a vitória dos Aliados na II Guerra Mundial, especialmente no Pacífico. Foi o responsável pelo lançamento de duas bombas nucleares no Japão, em agosto de 1945. No pós guerra, implementou o Plano Marshall, que operou a Reconstrução da Europa. Estabeleceu a “Doutrina Truman”, de contenção da URSS durante a Guerra Fria.

(amanhã: Dwight Eisenhower, John Kennedy, Lyndon Johnson)

Uma sondagem:

VOTO POPULAR NACIONAL -- Kamala 50 / Trump 45

(Morning Consult, 20 a 22 set)