1 - Ouçam Trump sobre a Ucrânia e percam as ilusões

Em comício na Geórgia, Trump falou sobre a Ucrânia de um modo que retira qualquer ilusão sobre o que conta fazer se regressar à Casa Branca. Rotulou Zelensky de "grande vendedor", alguém que "sempre que cá vem aos EUA, sai daqui com mais alguns biliões de dólares garantidos". Uma forma miserável de se referir à ajuda fundamental que os Estados Unidos estão a dar à resistência ucraniana ao invasor russo e que tem ainda maior gravidade se nos lembrarmos que foi dita a dias de Trump e Zelensky poderem encontrar-se.

"O Biden e a Kamala meteram-nos nesta guerra na Ucrânia, e agora não nos conseguem tirar. Eles não nos conseguem tirar. Acho que estamos presos nessa guerra a não ser que eu seja Presidente. Eu vou fazê-lo. Eu vou negociar, eu vou sair. Temos que sair. O Biden diz que não saímos até ganhar. O que acontece se eles ganharem", interrogou Donald Trump.

Este tipo de posição agrava a ideia de que o destino da Ucrânia está mesmo dependente dos eleitores indecisos dos "swing states" norte-americanos. Se Trump voltar a ser Presidente, o maior apoiante da Ucrânia vai passar a ser liderado por alguém que está disposto a entregar Kiev a um acordo que tem tudo para premiar o agressor e punir o agredido. É isto que está verdadeiramente em causa. Quem ainda não percebeu que acorde.

2 - Sondagens para todos os gostos

Se olharmos para as sondagens nacionais, Kamala Harris mantém algum avanço. Na Reuters/Ipsos, esse avanço é de seis pontos (50/44, 21 a 23 setembro), embora o estudo tenha uma amostra relativamente pequena (785 votantes prováveis). Amostra bem maior (2074) tem a sondagem CNN que dá vantagem mínima à democrata: 48/47. Já a Quinnipiac, com amostra um pouco menor (1728 votantes prováveis), aponta para empate: 48/48.

Mas nos estados decisivos, Trump tem mostrado alguma recuperação: a média Real Clear Politics dá +0,2% a Trump no global dos sete estados decisivos (na semana passada Kamala estava à frente no mesmo indicador). No Michigan, sondagem USA Today dá Kamala +3; na Carolina do Norte, sondagem dá Kamala +1; no Nevada, estudo NPI põe Kamala com +1; Trump aparece com três pontos de vantagem na Geórgia, em estudo Rasmussen (geralmente favorável aos republicanos); empate total na Pensilvânia (48/48), também no Rasmussen, com amostra média de 1200 eleitores prováveis.

Uma interrogação: O que explicará o atual momento tão contraditório quanto ao real favorito desta corrida ?

Todos os Presidentes dos Estados Unidos da América

25William McKinley (1897-1901) Vice-Presidentes: Garrett Hobart e Theodore Roosevelt

Partido: Republicano

Assassinado no último ano do seu mandato. Liderou a nação na guerra com Espanha, impôs tarifas para proteger a indústria americana e optou pelo padrão-ouro para rejeitar a política monetária expansionista da “free silver”.

26Theodore Roosevelt (1901-1909) Vice-Presidente: Charles Fairbanks

Partido: Republicano

Conservacionista, naturalista, criou os parques naturais. Historiador e escritor. Foi governador de Nova Iorque e vice-presidente dos EUA. Combateu as políticas anti-trust e impôs a visão que levaria à Era Progressiva dos anos 20.

27William Taft (1909-1913) Vice-Presidente: James Sherman

Partido: Republicano

Foi o 27.º Presidente dos EUA e uma década depois viria a ser “Chief of Justice” (juiz-presidente do Supremo Tribunal). Viria a falhar a reeleição em 1912 pelos votos dispersos dos republicanos em função da candidatura de Teddy Roosevelt, de quem Taft tinha sido vice-presidente, por um terceiro partido.

(amanhã: Woodrow Wilson, Warren Harding, Calvin Coolidge)

Uma sondagem:

Voto popular nacional - Kamala 50 / Trump 44

(Reuters/Ipsos, 21 a 23 set)