1 – Trump e a 25.ª Emenda

Nos dias seguintes ao ataque ao Capitólio, muitos republicanos defenderam a aplicação da Emenda 25 da Constituição dos EUA para afastar o então Presidente dos EUA, antes ainda da tomada de posse de Joe Biden. Ontem, no Wisconsin, Trump citou a 25.ª Emenda, mas para atacar Kamala Harris, sua adversária e ainda vice-presidente dos EUA: “Apoiarei a modificação da 25ª Emenda para deixar claro que se um vice-presidente mentir ou se envolver numa conspiração para encobrir a incapacidade do presidente dos Estados Unidos, se fizer isso com um encobrimento do presidente dos Estados Unidos, haja motivos para impeachment imediato e destituição do cargo, porque foi isso que eles fizeram”. No mesmo momento, Trump disse também que aprovaria reformas para prevenir o tráfico de influência estrangeira, o suborno e a corrupção, que tem sido uma acusação fundamental no inquérito de impeachment do Partido Republicano na Câmara dos Representantes contra o Presidente Biden. Também renovou a sua promessa de desmantelar o Departamento de Educação, uma agência que tem sido alvo dos republicanos desde a administração Reagan, prometendo aos seus apoiantes que “pararia de abusar do dinheiro dos contribuintes para doutrinar a juventude da América com todo o tipo de coisas que vocês não querem”.

2 – Kamala (quase) não teve “convention bounce”

O "efeito Kamala" parece ter terminado. E nem sequer se pode afirmar que tenha havido um grande salto pós Convenção -- apenas uns pozinhos de subida. A nível nacional, a média da vantagem Kamala pré-convenção era de +2.3%. Está agora nos 3%, ainda que a última (NYT/Siena) até coloque Trump um ponto à frente (embora com um critério de ponderação discutível, o de se ter sobrevalorizado os votantes "sem college degree" (e que votam maioritariamente Trump). O problema no atual momento de Kamala está em dois estados: Pensilvânia (vantagem reduziu de +1.6 para +0.6% pós convenção) e sobretudo no Arizona (+0.9% Kamala pré-convenção, +1.5% Trump agora, possivelmente empurrado pelo efeito do apoio de Kennedy a Trump). E ainda na Carolina do Norte: passou de ligeira vantagem Kamala para ligeira vantagem Trump. No Michigan e no Wisconsin, Kamala também perdeu gás nos últimos dias, mas mantém-se com avanço considerável. Já em relação à Geórgia, regista-se a direção oposta: Trump estava na liderança, agora é Kamala com pequena vantagem.

UMA INTERROGAÇÃO: A vantagem de um ponto de Trump sobre Kamala na última sondagem nacional significará um retrocesso do caminho de aparente liderança de Harris nesta corrida?

UM ESTADO: Tennessee

Resultado em 2020: Trump 60,7%-Biden 37,5%

Resultado em 2016: Trump 60,7%-Hillary 34,7%

Resultado em 2012: Romney 59,2%-Obama 39,1%

Resultado em 2008: McCain 56,8%-Obama 41,8%

Resultado em 2004: Bush 56,6%-Kerry 42,5%

SIC Notícias

-- O Tennessee tem 7,2 milhões de habitantes: 75,8% brancos; 16,5% negros; 1,8% asiáticos; é o 15.º estado com maior população e 41.º estado mais rico da União. Vale 11 votos no colégio eleitoral.

UMA SONDAGEM:

VOTO POPULAR NACIONAL: Trump 48 / Kamala 47

(NYT/Siena, 3 a 6 set)