1 - Trump acredita que vai superar desempenho no voto hispânico
Um dos pilares da recuperação de Kamala pós desistência Biden foi o voto dos latinos. Harris surge 13 pontos à frente de Trump nas preferências dos hispânicos e isso dá-lhe algumas hipóteses de disputar estados como Arizona, Nevada ou até Geórgia.
Mas Trump também está a contar com uma boa fatia dos latinos para poder regressar à Casa Branca. Com a ajuda de um tema específico: a imigração. De acordo com sondagem Reuters/Ipsos, 42% dos hispânicos confiam mais em Trump na imigração, para 37% que dão preferência a Kamala (sobrando uma boa fatia de indecisos). E 45%/36% na Economia.
Já quanto aos cuidados de saúde, Kamala tem 18 pontos de avanço sobre Trump nos hispânicos, 23 pontos percentuais de vantagem nas alterações climáticas. Na Economia há um empate: 39/39. Isso mostra, uma vez mais, uma boa recuperação de Kamala em relação ao ponto onde estava Biden: em maio, o ainda Presidente ficava a quatro pontos de Trump na economia entre os hispânicos. Biden bateu Trump, em 2020, no eleitorado hispânico por 21 pontos percentuais; 65-34.
Os 13 de vantagem que Kamala tem neste momento, sendo estimulantes, podem não chegar para vencer a Sun Belt. Será uma questão de detalhes.
2 - Biden e Kamala juntos na Pensilvânia
Biden esteve com Kamala em ação conjunta de campanha com sindicalistas no estado da Pensilvânia, numa demonstração pública de união. O pretexto foi o Dia do Trabalho e isso tem uma simbologia política forte. Esta presidência é vista por setores democratas como a que mais perto esteve dos sindicatos e dos interesses dos trabalhadores em várias décadas na América.
“Joe Biden é o presidente que mais lutou pelos trabalhadores”, reconhece Bernie Sanders, um dos campeões da ala esquerda do Partido Democrata e principal opositor de Biden nas primárias à nomeação presidencial em 2020.
“Avançámos muito, Kamala e eu vamos construir sobre esse avanço, e ela vai construir sobre isso”, disse Biden diante de trabalhadores do setor elétrico na cidade de Pittsburgh. Joe não poupou elogios à sucessora e insistiu: “Estarei nos bastidores, mas farei todo o possível para ajudar”.
A Pensilvânia é talvez o mais decisivo dos estados decisivos neste momento. Donald Trump tem dado sinais, nas últimas sondagens, que pode ter condições de recuperar esse estado que venceu contra Hillary em 2016 mas que perdeu para Biden em 2020.
Uma interrogação: Kamala e Trump vão segurar todos os estados habitualmente democratas e republicanos, ou haverá um oitavo elemento para lá dos sete já identificados estados indecisos ?
Um Estado: Novo México
- O Novo México tem 2,1 milhões de habitantes:
- 50,1% latinos;
- 35,9% brancos;
- 2,7% negros;
- 1,9% asiáticos;
- 0,2% nativos-americanos;
- 36.º estado com maior população;
- 45.º estado mais rico da União.
Resultado em 2020: Biden 54,3%-Trump 43,5%
Resultado em 2016: Hillary 48,3%-Trump 40,0%-Johnson 9,4%
Resultado em 2012: Obama 53,0%-Romney 42,9%
Resultado em 2008: Obama 56,9%-McCain 41,8%
Resultado em 2004: Bush 49,8%-Kerry 49,1%
O Novo México vale cinco votos no Colégio Eleitoral.
Uma sondagem:
MICHIGAN -- Kamala 47 / Trump 47
(Trafalgar Group, 28 a 30 agosto)