"Neste momento, o incêndio está completamente dominado. Agora, vamos estar atentos aos reacendimentos. A humidade aumentou e a temperatura desceu muito, o que deu uma grande ajuda aos operacionais", afirmou à Lusa Marco Almeida.

O presidente da Câmara de Mangualde adiantou que durante a noite e madrugada de hoje os operacionais "conseguiram criar um perímetro à volta do incêndio e controlá-lo".

Segundo o autarca, "estiveram casas, pontualmente, em risco, mas devido à sua localização [no meio da floresta]. No entanto, foi possível proteger todas e salvaguardar todos os bens".

Marco Almeida revelou ainda que os serviços municipais vão começar hoje a fazer o levantamento dos prejuízos, com o apoio dos presidentes de junta, que "estiveram muito empenhados em dar resposta nos incêndios, uma vez que, das 12 freguesias, nove têm unidades locais de proteção civil".

"Até domingo, teremos um levantamento feito de forma genérica de todas as perdas", assegurou.

O presidente salientou, contudo, que há pequenas explorações agrícolas que foram afetadas, mas que pode não ser possível perceber no imediato os estragos.

"Para isso, temos o gabinete de apoio ao agricultor. Este é um território que vive muito do que a terra dá. Quem tem animais vai também ter necessidade de os alimentar e estamos atentos a isso", acrescentou.

Numa forma geral, Marco Almeida apontou estragos nas infraestruturas públicas, como vias rodoviárias, sinalização vertical, telecomunicações e, "obviamente, a grande mancha florestal, que ardeu muito".

"Na reunião que tivemos com o senhor ministro ontem [quarta-feira] ficou o compromisso de que até à próxima terça-feira faríamos chegar o levantamento das principais prioridades, que apresentaremos numa reunião na CCDR [Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional] Centro", explicou.

Segundo a página da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, o fogo que teve início em Penalva do Castelo, na segunda-feira, e que se estendeu a Mangualde, tinha envolvidos 289 operacionais, 73 viaturas e um meio aéreo.

Sete pessoas morreram e cerca de 120 ficaram feridas nos incêndios que atingem desde domingo sobretudo as regiões Norte e Centro do país, nos distritos de Aveiro, Porto, Vila Real, Braga, Viseu e Coimbra, e que destruíram dezenas de casas e obrigaram a cortar estradas e autoestradas.

A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 106 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que nas regiões Norte e Centro, já arderam perto de 76 mil hectares.

A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) contabilizava, às 19:30 de quarta-feira, 34 incêndios ativos, sendo que destes 18 assumiam uma dimensão "significativa" e mobilizavam mais meios. No combate a estes 18 incêndios estavam envolvidos 2.434 operacionais, apoiados por 734 meios terrestres e 23 meios aéreos.

O Governo declarou situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos incêndios nos últimos dias.

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