Várias explosões fortes foram ouvidas na noite desta segunda-feira no centro e leste de Kiev, depois de ter sido acionado um alerta aéreo na capital ucraniana, adiantou a agência France-Presse (AFP).

"As defesas antiaéreas estão em ação em Kiev. Fiquem em abrigos", referiu o presidente da câmara da capital ucraniana, Vitali Klitschko, na rede social Telegram.

Um jornalista da AFP ouviu cinco fortes explosões no bairro de Pozniaky, no leste da cidade. As explosões ocorreram pouco depois das 23:00 (21:00 em Lisboa), ainda de acordo com a AFP.

Hospital pediátrico foi atingido

Kiev foi alvo de vários ataques aéreos nas últimas semanas, incluindo um ataque com mísseis russos que atingiu um hospital pediátrico em julho.

Na quarta-feira, a Rússia disparou 89 'drones' contra a Ucrânia, mais de 40 dos quais foram abatidos sobre a capital e arredores.

Também hoje o Exército russo o aeródromo de Martinivka na região de Mykolaiv (sul da Ucrânia) preparado para receber os caças F-16 de fabrico norte-americano, indicou Serguei Lebedev, coordenador da resistência pró-russa na retaguarda ucraniana.

Zelensky anuncia novos apoios

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, anunciou no domingo a chegada à Ucrânia dos primeiros aviões de combate F-16 fornecidos por países ocidentais.

Estes aviões de guerra chegaram um ano após os Estados Unidos terem autorizado os seus aliados europeus a efetuarem a entrega.

A Rússia advertiu que a chegada dos F-16 à Ucrânia "não influirá na dinâmica" da guerra e que "não existe nenhuma pílula mágica nem nenhum remédio" que altere o desfecho do conflito.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais, que também têm decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.

Os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.

Já no terceiro ano de guerra, as forças armadas ucranianas têm-se confrontado com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais, que começaram entretanto a concretizar-se.