Gisèle Pelicot, a francesa que durante anos foi drogada pelo então marido para que pudesse ser violada por dezenas de homens enquanto estava inconsciente, tornou-se no símbolo da luta contra a violência sexual em França.

Gisele Pelicot, a vítima, pediu que a audiência fosse aberta para tornar o caso público e aumentar a consciencialização sobre o tema.

O julgamento do caso, que envolve 51 arguidos, começou no início do mês na localidade de Vaucluse, na região de Avignon, sudeste de França, e está suspenso até segunda-feira (16 de setembro), devido a problemas de saúde alegados por Dominique Pelicot, 71 anos, principal acusado no processo.

O caso deu origem a um apelo para diversas manifestações de apoio às vítimas que se realizaram, este sábado, por toda a França.

Na praça da república, em Paris, mas também à porta do tribunal, em Marselha, onde decorre o julgamento a última palavra foi de reflexão.

PAT BATARD

PAT BATARD

Francês acusado de abusar sexualmente da mulher terá um ‘discípulo’

Sabe-se agora que Dominique Pélicot não só violou a mulher como ‘ensinou’ as práticas a outro homem. Trata-se de Jean-Pierre Maréchal, de 63 anos, que em tribunal admitiu ter abusado sexualmente da mulher por 12 vezes.

O alegado 'discípulo' conheceu Pélicot através de um site de encontros sexuais, que entretanto já foi encerrado, chamado “contra o conhecimento dela”. Aí, foi presuadido, assim como Dominique fez com outros homens, a sedar a mulher e a violá-la.

Jean Pierre não aceitou fazê-lo com Giséle Pélicot, mas fê-lo com a própria mulher durante cinco anos, entre 2015 e 2020. De acordo com as autoridades, terá aliciado Dominique a fazer o mesmo.

Com Lusa