Realizada no Gran Teatro Nacional, que fica ao lado da sede do Ministério da Cultura, onde Fujimori foi sepultado com honras de Estado e diante de milhares de apoiantes, a missa durou alguns minutos antes que os dois filhos do ex-presidente (1990-2000) envolvidos na política subissem ao pódio.
O primeiro foi o ex-congressista Kenji Fujimori, condenado por tráfico de influências, que, em lágrimas, disse que 'El Chino', como era popularmente conhecido o ex-governador nascido no Japão, "nunca morrerá" e viveria para sempre, apesar dos seus rivais.
A multidão acompanhou esta mensagem gritando que Fujimori foi "o melhor Presidente" do Peru.
Agradeceu também ao ex-presidente Pedro Pablo Kuczynski pelo indulto que lhe concedeu em 2017 e que lhe permitiu sair da prisão, onde cumpria penas por corrupção e crimes contra a humanidade.
Para além destes processos, havia outros por diferentes massacres, o caso das esterilizações forçadas de milhares de mulheres e corrupção, que ficaram por concluir com a sua morte.
Keiko Fujimori, que foi primeira-dama do então presidente Fujimori (depois do divórcio dos pais) e candidata à Presidência por três vezes, tomou depois a palavra: "Hoje vou falar-te perante o teu povo peruano", disse, enquanto a multidão gritava "presidenta, presidenta".
A filha afirmou que o seu pai "pôs fim à doença terminal que estava a afetar" o Peru, referindo-se à hiperinflação e ao terrorismo, os dois êxitos que os seus apoiantes reivindicam para ela.
Referindo-se aos crimes pelos quais o antigo chefe de Estado foi condenado, disse que ganhou "o julgamento, não o julgamento humano, do povo", mas "o julgamento da história".
"Papá, o povo peruano absolveu-te", disse, sem mencionar as vítimas.
Mais tarde, afirmou que ela e Kenji "estarão unidos para sempre", em referência à divisão que se gerou entre eles quando o seu irmão negociou e obteve o perdão para o seu pai.
A frase foi recebida com gritos de "unidade" por parte dos seus apoiantes, enquanto Keiko afirmou que iria "continuar a defender o trabalho" do pai.
"Tu és o meu líder, [aquele] que fundou o maior movimento político do Peru", acrescentou em referência ao 'fujimorismo', que tem entre 15 e 20 % do apoio dos cidadãos peruanos, de acordo com todas as sondagens.
Com Lusa