O chefe do Estado-Maior da Armada, Henrique Gouveia e Melo, nega que tenha feito qualquer exigência ao Governo para ser reconduzido na chefia da Marinha portuguesa. Sobre uma potencial candidatura a Belém, diz que tem a decisão na cabeça, mas que não a comunica enquanto for um militar no ativo.

Questionado se a permanência na Marinha depende do reforço de meios, como noticiou o jornal Expresso, é perentório: "Não".

"Eu não exigi nem exijo nada (...). É uma ideia um bocado ridícula. Os militares não fazem chantagem com o poder político. Pelo contrário, o poder político é que manda nos militares", refere.

Questionado sobre o futuro, o almirante Henrique Gouveia e Melo escusa-se a clarificar se tenciona ou não apresentar uma candidatura às eleições presidenciais Diz que está em funções militares e, por isso, não alimenta especulações.

"A decisão está na minha cabeça. Eu não alimento especulações sobre o meu estado de espírito. É o que for", refere.

O Expresso noticiou esta sexta-feira que o chefe do Estado-Maior da Armada só aceita ser reconduzido por mais dois anos, desistindo de uma candidatura à Presidência da República, se o Governo aumentar de forma significativa o investimento na frota da Marinha.

Gouveio e Melo aceita continuar se o Executivo assegurar a compra de navios e dois submarinos, além dos 17 programados, diz o jornal.

O mandato termina no final deste ano, a 27 de dezembro. Pode ser prorrogável por dois anos.

As últimas sondagens para as presidenciais colocam Henrique Gouveia e Melo, de 63 anos, como favorito na corrida a Belém.