O governo valenciano recusou, neste domingo, demitir-se na sequência das críticas à resposta regional às inundações de 29 de outubro e prometeu focar-se na reconstrução, num momento em que o número de vítimas mortais subiu para 222.

No sábado, milhares de manifestantes pediram a demissão do presidente da comunidade autonómica de Valência, Carlos Mazón, e da sua 'número dois', Susana Camarero, acusando o governo regional de ter sido muito lento na resposta à catástrofe que atingiu a província.

Falando numa conferência de imprensa para fazer um balanço da proteção civil, Susana Camarero disse que a demissão "não é uma opção" e que o objetivo é trabalhar na recuperação e reconstrução da área devastada, recusando abandonar as vítimas da tragédia neste momento.

Por seu turno, Carlos Mazón (PP, centro-direita) disse que respeita o objetivo da manifestação de sábado, partilha "essa dor" e lamentou os distúrbios e os atos de vandalismo verificados.

Também neste domingo, o PP nacional manifestou o seu apoio, a partir de Madrid, ao executivo regional que "se tem defendido em todos os momentos" perante um Governo (PSOE, centro-esquerda), que "se recusou a assumir-se na maior emergência nacional de Espanha" dos últimos anos.

Já o ministro da Política Territorial e da Memória Democrática, Ángel Víctor Torres, manifestou a solidariedade do governo nacional por manifestações pacíficas e regulamentadas e considerou que seria "um erro" entrar noutros debates num momento em que é necessário concentrar os esforços nas ações de ajuda.

De acordo com as autoridades, o número de pessoas socorridas subiu para 36.803, 82 das quais nas últimas horas.

A ligação ferroviária de alta velocidade entre Madrid e Valência deve ser retomada na quinta-feira e o número de municípios valencianos atingidos ascende a 75.

- Com Lusa