Médicos e enfermeiros começaram, esta terça-feira, uma greve de dois dias, que está a provocar grandes perturbações nos hospitais. Na região do Porto, os blocos operatórios estão praticamente parados e só há cirurgias de urgência. Em Lisboa, milhares de consultas e cirurgias foram canceladas.

Muitos utentes chegaram ao Hospital de São João, no Porto, durante a manhã desta terça-feira, e foram apanhados de surpresa pela paralisação dos profissionais de saúde.

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) fala numa adesão muito expressiva na ordem dos 70% só no Grande Porto, onde, segundo dados da Federação Nacional dos Médicos, os blocos operatórios da região estão praticamente parados. Só as cirurgias de urgência estão a ser realizadas.

Cirurgias e consultas adiadas em Lisboa

Em Lisboa, apesar dos serviços mínimos estarem a ser cumpridos, na manhã desta terça-feira não foram realizadas grande parte das cirurgias e consultas programadas.

Os blocos operatórios e o serviço de medicina interna estão a ser os mais afetados pela paralisação.

Há muito que médicos e enfermeiros do Serviço Nacional de Saúde convocavam uma greve para as mesmas datas. Os profissionais garantem que nada foi combinado e que se trata apenas de uma coincidência.

Sindicato quer substituição da ministra da Saúde

Na segunda-feira, uma reunião juntou o Governo e cinco dos sete sindicatos dos enfermeiros, no entanto o mais representativo o Sindicatos dos Enfermeiros Portugueses ficou de fora.

A entidade sindical acusa o ministério de Ana Paula Martins de ter criado ruído de forma intencional para que a greve perdesse força

A paralisação agrava ainda mais os constrangimentos em todas as unidades de saúde.

Para a tarde desta terça-feira, a Federação Nacional dos Médicos marcou um protesto em frente ao Ministério da Saúde. A greve dos médicos e enfermeiros só termina à meia-noite de quarta-feira.