O Hospital Amadora-Sintra prevê realizar cerca de 3.500 partos este ano, o maior número dos últimos 14 anos, apesar dos constrangimentos registados no funcionamento da sua urgência de obstetrícia e ginecologia.

A informação foi avançada esta sexta-feira pela Unidade Local de Saúde (ULS) que integra o Hospital Fernando Fonseca, adiantando que os 3.500 partos previstos para este ano "superam em quase 1.000 o número de bebés nascidos naquela urgência de ginecologia/obstetrícia em 2023", ano em que se realizaram 2.648 partos com 2.690 recém-nascidos.

"Estes valores vêm confirmar a tendência de nascimentos registados nesta unidade hospitalar nos últimos meses, sendo que, só no último fim de semana de agosto, registou 41 nascimentos em três dias", adiantou a ULS em comunicado.

Segundo a ULS, estes números "merecem maior destaque", tendo em conta que se referem a dias em que a urgência está aberta apenas para casos considerados urgentes referenciados pelo Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) e após triagem da linha SNS Grávida.

Os números agora divulgados incluem ainda as situações de mulheres internadas no hospital devido a situações de gravidez de risco.

No caso das grávidas em situação urgente, transportadas em ambulância, são encaminhadas para o hospital após orientação do CODU que efetua um contacto prévio com a unidade de saúde, a referenciar a situação emergente.

A urgência de obstetrícia/ginecologia do Hospital Fernando Fonseca tem estado a funcionar como urgência referenciada das 00:00 às 08:00 e das 20:00 às 24:00, estando aberta ao público no restante período do dia e aos fins de semana de forma alternada, como definido no plano de emergência para os meses de verão.

Maio, com 302 recém-nascidos, e agosto, com 309, foram os meses que registaram maior número de nascimentos, adianta ainda o comunicado.

No primeiro semestre deste ano, a urgência de obstetrícia/ginecologia do Hospital Fernando Fonseca realizou 1.599 partos, mais 293 do que no mesmo período de 2023.

Devido à falta de médicos especialistas, diversos hospitais têm enfrentado dificuldades para completar as escalas das equipas médicas, principalmente nas áreas de obstetrícia e pediatria, o que tem levado a constrangimentos de funcionamento e ao encerramento temporário de alguns serviços de urgência.