Miguel Albuquerque, presidente do Governo Regional da Madeira, teceu críticas ao que considera ser uma “retórica alarmista” sobre o incêndio dos últimos dias na ilha e defendeu a estratégia de combate que está a ser seguida.

“É essencial baixar esta retórica um pouco alarmista porque neste momento a situação está segura”, assegurou, em declarações aos jornalistas esta quarta-feira de manhã, no Funchal. O presidente relembrou ainda os incêndios de outubro 2023 que atingiram o concelho da Calheta e destruíram habitações foram mais perigosos do que os atuais e que o executivo está fazer o necessário para os extinguir.

Expresso

Avisou ainda que não recebia "lições" de outros ao ser questionado sobre a influência das suas férias em Porto Santo na operação. “Eu, ao contrário dos outros, nunca deleguei a minhas responsabilidades a ninguém nem disse que a culpa era dos colegas. Eu assumo as minhas responsabilidades políticas”, assegurou.

Estabeleceu ainda um paralelo entre a sua situação e o livro de Lewis Carroll, "Alice no País das Maravilhas", ao dizer que no livro “primeiro corta-se a cabeça e depois é o julgamento”, mas “isso não é maneira de atuar” no mundo real.

Fogo declarado extinto no Curral das Freiras, mas há outras frentes a preocupar os operacionais

O incêndio que estava ativo na terça-feira no Curral das Freiras, no concelho de Câmara de Lobos, foi entretanto declarado extinto, sendo o fogo no Pico Ruivo o que mais preocupava os operacionais quarta-feira às 09:00, segundo a Proteção Civil.

Num comunicado com o ponto de situação àquela hora, o Serviço Regional de Proteção Civil (SRPC) adianta que as equipas permanecem no Curral das Freiras para realizar vigilância ativa e evitar qualquer reacendimento.

O Curral das Freiras teve durante este fogo rural, que dura há uma semana, alguns momentos de grande preocupação, com a aproximação das chamas das casas. Na noite de terça-feira para hoje, segundo o município, o incêndio esteve muito ativo, descendo a encosta em direção a uma área habitacional, e chegou a ser preciso retirar uma pessoa acamada.

"O foco mais preocupante está agora na zona da cordilheira central entre as zonas altas do Curral das Freiras e o Pico Ruivo, onde o incêndio está a consumir uma área cada vez maior em zonas de difícil acesso, o que dificulta o combate", é referido na nota do SRPC. Para o combate às chamas no Pico Ruivo, no concelho de Santana – o quarto município atingido por este incêndio –, foi também ativado o meio aéreo da região.