Os aviões Canadiar, que estão a ajudar no combate ao incêndio que lavra na ilha da Madeira, continuam, esta sexta-feira, concentrados no foco da cordilheira central, enquanto o helicóptero atuará na Ponta do Sol, segundo a proteção civil.

"Na cordilheira central, os aviões Canadair continuarão a realizar descargas para impedir a propagação do incêndio, que se encontra ramificado ao longo do Pico Ruivo", no concelho de Santana, informa o Serviço Regional de Proteção Civil (SRPC) em comunicado.

Num ponto de situação às 09h30 do incêndio que lavra há 10 dias na ilha da Madeira, a autoridade regional adianta ainda que o foco na Ponta do Sol, que permanece "longe das áreas habitacionais", vai contar com a atuação do helicóptero.

"Na Ponta do Sol, o fogo permanece confinado às zonas altas, longe das áreas habitacionais, com o meio aéreo (H-35) a realizar descargas para conter as chamas, enquanto os operacionais no terreno trabalham para controlar a propagação e proteger as habitações", lê-se na nota de imprensa.

Durante a tarde de quinta-feira os dois aviões Canadair, pedidos pelo Governo português à União Europeia, já efetuaram descargas sobre o fogo que lavram na Madeira, complementando a ação do helicóptero do SRPC, o único meio aéreo de que o arquipélago da Madeira dispõe.

De acordo com a Proteção Civil, estão mobilizados cerca de 70 operacionais e mais de uma dezena de veículos para combater o incêndio que continua ativo cordilheira central (Pico Ruivo) e na Ponta do Sol (Lombada).

O combate ao fogo conta, também, com meios da Força Operacional Conjunta (FOCON) e o apoio aéreo com o helicóptero e dois Canadair.

O Serviço Regional de Proteção Civil (SRPC) promete "coordenar os esforços para maximizar a eficácia do combate, garantindo a segurança das populações e das equipas no terreno".

Esta sexta-feira, ao início da manhã, o presidente do SRPC adiantou à Lusa que o incêndio continua ativo na cordilheira central da ilha, enquanto no concelho da Ponta do Sol houve uma melhoria num dos flancos do fogo.

De acordo com António Nunes, existe ainda um dos flancos ativo, mais ou menos como na quinta-feira, sem grandes desenvolvimentos e de forma moderada.

No que diz respeito à cordilheira central da ilha, António Nunes, indicou que a ação na quinta-feira dos dois aviões Canadair juntamente com o helicóptero aparentemente ajudou na contenção da evolução do incêndio

O incêndio rural na ilha da Madeira deflagrou no dia 14 de agosto, nas serras do município da Ribeira Brava, propagando-se progressivamente aos concelhos de Câmara de Lobos, Ponta do Sol e, através do Pico Ruivo, Santana.

As autoridades deram indicação a perto de 200 pessoas para saírem das suas habitações por precaução e disponibilizaram equipamentos públicos de acolhimento, mas muitos moradores já regressaram, à exceção dos da Fajã das Galinhas, em Câmara de Lobos.O combate às chamas tem sido dificultado pelo vento e pelas temperaturas elevadas, mas não há registo de destruição de casas ou de infraestruturas essenciais.

Alguns bombeiros receberam assistência por exaustão ou ferimentos ligeiros, não havendo mais feridos.

Dados do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais apontam para mais de 5002 hectares de área ardida.

A Polícia Judiciária está a investigar as causas do incêndio, mas o presidente do executivo madeirense, Miguel Albuquerque, disse tratar-se de fogo posto.