Assim que as urnas abriram, às 07:00, hora local (02:30 em Lisboa), os eleitores formaram longas filas em vários locais de voto em Srinagar, a principal cidade do território.
Cerca de 2,3 milhões de cidadãos do estado indiano de Jammu e Caxemira são chamados hoje a escolher, entre 219 candidatos, 90 deles independentes, 24 representantes na Assembleia Legislativa estadual.
As eleições realizar-se-ão num processo escalonado, em três etapas, com o Governo a mobilizar dezenas de milhares de polícias e soldados paramilitares adicionais nos sete distritos do sul da região.
Hoje será realizada a primeira fase das eleições, na quais poderão participar 123 mil jovens entre os 18 e os 19 anos, cerca de 28.300 pessoas com deficiência e 15.700 idosos com mais de 85 anos, de acordo com o jornal Hindustan Times.
As outras duas fases de votação decorrerão a 25 de setembro e a 01 de outubro. Os resultado são esperados em 08 de outubro.
Pela primeira vez, as autoridades da Índia limitaram o acesso dos meios de comunicação social estrangeiros às assembleias de voto e negaram credenciais de imprensa à maioria dos jornalistas que trabalham com a imprensa internacional.
Apesar das eleições, a assembleia local não terá praticamente quaisquer poderes legislativos, mas apenas um controlo nominal sobre a educação e a cultura.
A legislação para a região continuará a ser da competência do parlamento indiano, enquanto as decisões políticas serão tomadas em Nova Deli.
Os políticos locais têm exigido que o estado de Jamu e Caxemira seja restaurado o mais rapidamente possível para que a assembleia local possa voltar a ter plenos poderes legislativos.
A decisão de 2019 significou que Caxemira deixou de ser um estado federal da União Indiana e tem sido governada por um administrador nomeado por Nova Deli.
Foi então dividida em dois territórios, a Caxemira indiana propriamente dita e Ladaj, um enclave budista numa zona montanhosa que faz fronteira com a China.
O primeiro território inclui Jamu, a zona de maioria hindu, e Caxemira, a zona de maioria muçulmana, segundo a agência espanhola Europa Press.
A decisão de Modi foi vista pelos críticos como um ataque direto à minoria muçulmana, em mais um exercício supremacista do primeiro-ministro hindu ultranacionalista.
A soberania da região é disputada pela Índia e pelo Paquistão desde a independência do Reino Unido, em 1947.
A região foi alvo de duas guerras entre os dois países e é afetada pela ação de milícias separatistas islâmicas, num conflito que já custou a vida a mais de 45.000 pessoas desde a década de 1980.
A realização das eleições foi ordenada pelo Supremo Tribunal do país em dezembro.
VQ (PNG) // VQ
Lusa/Fim