Israel abriu esta terça-feira um novo ponto de passagem de ajuda humanitária para a Faixa de Gaza, no fim de um prazo fixado pelos Estados Unidos para o aumento da ajuda aos palestinianos, anunciou o exército.

"No âmbito do esforço e do compromisso de aumentar o volume e as rotas da ajuda à Faixa de Gaza, a passagem Kissoufim foi aberta hoje aos camiões de ajuda humanitária", disse o exército.

O anúncio consta de um comunicado conjunto do exército e do Cogat, o organismo israelita responsável pelos assuntos civis nos territórios palestinianos, segundo a agência francesa AFP.

Numa carta datada de 13 de outubro, os Estados Unidos fizeram uma série de exigências a Israel no sentido de permitir um aumento da ajuda humanitária e deram 30 dias ao Governo de Benjamin Netanyahu para responder. Washington ameaçou suspender parte da assistência militar a Israel em caso de resposta negativa, segundo a carta subscrita pelos secretários de Estado, Antony Blinken, e da Defesa, Lloyd Austin.

Na carta, referiam a necessidade de Israel deixar entrar até 350 camiões de ajuda humanitária por dia, de abrir uma quinta passagem para Gaza e de limitar as ordens de evacuação de zona do território ao estritamente necessário.

Oito organizações internacionais de ajuda acusaram esta terça-feira Israel de não atender às exigências dos Estados Unidos para permitir um maior acesso humanitário à Faixa de Gaza, num relatório em que elencaram 19 medidas de conformidade com as exigências dos EUA, 15 das quais não foram atendidas de todo.

O porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Matthew Miller, anunciou na quinta-feira que Israel iria abrir "nos próximos dias" a passagem de Kissoufim, no centro do território palestiniano, cujos residentes carecem de ajuda humanitária.

A guerra em curso na Faixa de Gaza foi desencadeada pelo ataque sem precedentes do grupo extremista palestiniano Hamas contra Israel, a 7 de outubro de 2023, que matou cerca de 1.200 pessoas, segundo as autoridades.

A ofensiva de retaliação de Israel em Gaza causou mais de 43.600 mortos, segundo dados do Ministério da Saúde do governo do Hamas, que a ONU considera fiáveis. O Hamas controla a Faixa de Gaza desde 2007.

O conflito alastrou-se ao Líbano, dado o envolvimento do grupo libanês Hezbollah em ataques contra Israel para apoiar o Hamas.