O exército israelita anunciou no domingo que matou um alto responsável do Hezbollah num ataque aéreo no sábado contra o bastião do movimento xiita libanês nos subúrbios de Beirute, um dia após um grande atentado bombista em que o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, foi morto.

O Exército “eliminou o terrorista Nabil Kaouk, comandante da unidade de segurança (...) do Hezbollah e membro do conselho central” da organização, afirmou num comunicado de imprensa, citado pela AFP.

“Nabil Kaouq era próximo do topo da organização terrorista Hezbollah e estava diretamente envolvido na promoção de projetos terroristas contra o Estado de Israel e os seus cidadãos, mesmo nos últimos dias”, disse o Exército israelita.

Uma fonte próxima do Hezbollah confirmou à AFP que Kaouq foi morto num ataque no sábado nos subúrbios a sul de Beirute.

Nabil Kaouq juntou-se à organização na década de 1980 e ocupou vários cargos importantes. Era era membro do conselho central do Hezbollah e responsável pela segurança dentro do grupo.

O Hezbollah confirmou no sábado a morte do líder do grupo xiita libanês, Hassan Nasrallah, horas depois de o Exército israelita ter anunciado que o líder xiita pró-iraniano tinha morrido no bombardeamento do quartel-general da organização na sexta-feira, nos subúrbios sul de Beirute.

Israel já tinha matado este mês o chefe das operações militares e das forças de elite, Ibrahim Aqil, num outro ataque em Beirute.

A escalada vertiginosa do conflito entre Israel e Hezbollah

Israel e Hezbollah estão envolvidos num intenso fogo cruzado diário desde 7 de outubro de 2023, após o ataque do Hamas em solo israelita que desencadeou a atual guerra na Faixa de Gaza, levando a que dezenas de milhares de pessoas tenham abandonado as suas casas em ambos os lados da fronteira israelo-libanesa.

Os ataques de Israel contra o Hezbollah intensificaram-se de forma substancial nos últimos dias, após as autoridades militares de Telavive terem anunciado uma deslocação das operações da Faixa de Gaza para o norte do país.

O Hezbollah integra o chamado "Eixo da Resistência", uma coligação liderada pelo Irão de que fazem parte também, entre outros, o grupo extremista palestiniano Hamas e os rebeldes Houthis do Iémen.