As Forças Armadas israelitas ordenaram, esta segunda-feira, nova evacuação de algumas áreas residenciais no noroeste da Faixa de Gaza, onde, segundo as autoridades, membros de milícias palestinianas dispararam rockets sobre a cidade israelita próxima de Ashkelon.
As ordens foram emitidas depois de terem sido acionadas as sirenes de ataques aéreos em Ashkelon no dia anterior. Os militares afirmaram ter intercetado um projétil e outro caiu no mar.
Israel ordenou a evacuação de todo o norte da Faixa de Gaza, incluindo da maior cidade do território, nas primeiras semanas da guerra desencadeada pelo ataque do movimento islamita palestiniano Hamas em território israelita, a 7 de outubro do ano passado.
A maioria dos habitantes acatou as ordens e dirigiu-se para sul, mas cerca de 300 mil permaneceram no norte do enclave, onde as operações aéreas e terrestres de Israel causaram uma destruição generalizada. O norte encontra-se cercado pelas forças israelitas e em grande parte isolado desde outubro.
Um conflito com onze meses
Israel declarou, a 7 de outubro do ano passado, uma guerra na Faixa de Gaza para "erradicar" o Hamas, horas depois de este ter realizado em território israelita um ataque de proporções sem precedentes, matando 1.194 pessoas, na maioria civis.
Desde 2007 no poder em Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel, o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) fez também nesse dia 251 reféns, 97 dos quais continuam em cativeiro, 33 dos quais entretanto declarados mortos pelo Exército israelita.
A guerra fez até agora na Faixa de Gaza cerca de 41 mil mortos (quase 2% da população) e pelo menos 94.761 feridos, além de mais de 10 mil desaparecidos, na maioria civis, presumivelmente soterrados nos escombros, de acordo com números atualizados das autoridades locais.
Cerca de 90% da população dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza viram-se obrigados a deslocar-se, muitos deles várias vezes, ao longo destes 11 meses de guerra, e encontrando-se em acampamentos apinhados ao longo da costa, praticamente sem acesso a bens de primeira necessidade, como água potável e cuidados de saúde.
O sobrepovoado e pobre enclave palestiniano está mergulhado numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa "situação de fome catastrófica" que está a fazer "o mais elevado número de vítimas alguma vez registado" pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.