Uma tentativa de retirar uma amostra de resíduos altamente radioativos presos nos reatores da central nuclear de Fukushima começou esta terça-feira, anunciou o operador japonês Tepco.

"Às 07:20 (23:20 de segunda-feira em Lisboa), teve início a operação piloto de extração", declarou a Tokyo Electric Power Company (Tepco) em comunicado.

Uma sonda equipada com um braço robótico está a ser usada para recuperar uma quantidade ínfima (três gramas) das 880 toneladas de resíduos radioativos que a Tepco acredita estarem no interior dos reatores da central nuclear atingida pelo tsunami devastador de 2011, para serem analisados e decidir o que fazer a seguir.

A operação, que a Tepco espera que dure cerca de duas semanas, devia ter começado em 22 de agosto, mas foi suspensa na sequência de um problema técnico.

Três dos seis reatores de Fukushima estavam em funcionamento quando o tsunami atingiu a central, em 11 de março de 2011. Os sistemas de refrigeração foram destruídos, dando origem ao pior desastre nuclear desde Chernobyl, em abril de 1986.

Os detritos têm níveis de radiação tão elevados que o operador teve de desenvolver robôs especiais para operar no interior.

A remoção dos detritos é considerada o desafio mais delicado do projeto de desativação da central. Prevê-se que os trabalhos de descontaminação e desmantelamento se prolonguem por várias décadas.

No final de fevereiro, a Tepco enviou dois minidrones e um mini-robô em forma de cobra para um dos três reatores danificados. Mas a operação foi interrompida por problemas técnicos.

Em agosto de 2023, o Japão começou a descarregar a água armazenada na central no oceano Pacífico.

A China criticou fortemente esta operação, apesar de o processo ter sido validado pela Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA), e retaliou com a suspensão de todas as importações de produtos do mar japoneses a partir do verão de 2023, seguida pela Rússia alguns meses mais tarde.

Com Lusa