“Dar o lugar à nova geração”. Foi assim que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, começou por explicar, esta quinta-feira, a sua saída abrupta da corrida presidencial.
Na Sala Oval, Biden falou pela primeira vez publicamente depois de ter anunciado a decisão de se afastar das eleições marcadas para o próximo mês de novembro, afirmando que foi "uma honra ter servido o país" mas que a defesa da democracia é "mais importante que qualquer cargo ou ambição".
"Amo o meu país, foi uma honra para mim servir-vos como vosso presidente. Mas, a defesa da democracia, que está em jogo, é mais importante do que qualquer cargo", começou por dizer o político de 81 anos.
"Os Estados Unidos estão num momento de viragem"
Joe Biden, que nas últimas semanas resistiu à pressão dos democratas para se afastar após um desempenho desastroso no debate em 27 de junho contra Donald Trump, referiu que o país está num ponto de viragem e por essa razão decidiu dar o lugar à nova geração.
"Os Estados Unidos estão num ponto de viragem. Decidi que a melhor maneira de seguir em frente é dar o lugar à nova geração. É a melhor maneira de unir a nossa nação", apontou.
Num discurso muito voltado para os eleitores norte-americanos, Biden afirmou que reis e ditadores não governam mas sim o povo, que tem o "poder nas mãos".
"O melhor da América está aqui, reis e ditadores não governam. O povo é que governa. A história está nas vossas suas mãos. O poder está nas vossas mãos", atirou.
Kamala Harris, a "experiente", "forte" e "capaz"
Joe Biden elogiou a vice-presidente Kamala Harris, referindo que esta é “experiente, forte e capaz“ de liderar o país, mas deixou a decisão no povo norte-americano.
“Dentro de alguns meses, o povo escolherá o futuro da América. Eu fiz a minha escolha. Quero agradecer à nossa grande vice-presidente Kamala Harris. Ela é experiente, forte e capaz. Tem sido uma parceira incrível para mim e o nosso país. Agora a escolha vossa, do povo americano. Vocês é que decidem", acrescentou.
A prioridades de Biden para os seus últimos seis meses no cargo
No discurso de 11 minutos, Biden expôs ainda as suas prioridades para os últimos seis meses no cargo, defendendo os direitos humanos, bem como “denunciar o extremismo de ódio”.
“Os próximos seis meses serão focados em fazer meu trabalho como presidente. Significa que continuarei a reduzir custos para famílias trabalhadoras, a fazer a nossa economia crescer. Continuarei a defender as nossas liberdades pessoais e os nossos direitos civis, do direito de votar ao direito de escolher. Continuarei a denunciar o extremismo de ódio. Não haverá lugar em nenhum sitio na América para a violência política, ou outro tipo de violência", enumerou.
O líder norte-americano também destacou a suas prioridades internacionais, que incluem trabalhar para acabar com a guerra em Gaza e parar as intenções de Vladimir Putin na Ucrânia.
“Vou continuar a trabalhar para acabar com a guerra em Gaza. Trazer para casa todos os reféns e restabelecer a paz e segurança para o Oriente Médio, acabando com esta guerra”, defendeu.
“Continuaremos a reunir todas a condições para impedir que Putin tome conta da Ucrânia. Manteremos a NATO mais forte, mais poderosa e mais unida do que em qualquer outro momento da nossa história", concluiu.