"Estes ataques resultaram, até à emissão deste comunicado, em 182 mártires e 727 feridos, incluindo crianças, mulheres e paramédicos", anunciou o Ministério da Saúde Pública do Líbano em comunicado.
O anterior balanço dava conta de 100 mortos e cerca de 400 feridos.
Os ataques, no dia mais violento desde o agravamento do conflito, há quase um ano -- em paralelo com a guerra na Faixa de Gaza entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas -, estão hoje a forçar centenas de libaneses a fugir.
"Centenas de pessoas chegaram" a uma escola que acolhe pessoas deslocadas na cidade de Tiro, disse Bilal Kachmar, um funcionário da agência de gestão de catástrofes, enquanto outras estão "acampadas na rua".
Centenas de carros que transportavam famílias ficaram presos em engarrafamentos em Saida, a maior cidade do sul, segundo a agência noticiosa francesa AFP.
O Governo libanês mandou encerrar escolas nas regiões visadas por Israel, hoje e na terça-feira, mas ordenou entretanto a abertura de alguns estabelecimentos escolares e institutos em diferentes partes do país para atender ao "processo de deslocamento em massa" dos moradores do sul do Líbano.
Esta medida, tomada "a fim de garantir a segurança dos cidadãos libaneses" face à campanha maciça de bombardeamentos israelitas, afeta várias regiões do país, como o vale de Bekaa (leste), Baalbek-Hermel (nordeste), Tiro (sudoeste), Tripoli (noroeste) e a capital, Beirute, entre outras.
Desde o início da manhã de hoje, Israel tem vindo a lançar intensos bombardeamentos contra diferentes zonas do sul do Líbano e também no Vale de Bekaa, no leste do país.
O exército israelita deu duas horas aos moradores do Vale de Bekaa para abandonarem as áreas próximas a edifícios usados pelo grupo xiita pró-iraniano Hezbollah, antes de lançar novos ataques na região.
O porta-voz do exército, Daniel Hagari, disse numa conferência de imprensa que Israel está a preparar-se "para atacar alvos terroristas no Vale de Bekaa num futuro próximo".
"O que se vê agora no sul do Líbano são armas do Hezbollah a explodir dentro das casas. Em todas as casas que atacámos hoje havia foguetes, 'drones' e mísseis, destinados a matar civis israelitas", avisou Hagari, que já hoje tinha ordenado a saída dos residentes de outras zonas do sul e do leste do país vizinho.
Israel lançou hoje uma das mais pesadas campanhas de bombardeamento aéreo contra o Líbano, destruindo cerca de 300 alvos do Hezbollah, segundo o exército.
O conflito entrou numa nova fase na semana passada, quando cerca de 5.000 aparelhos de comunicação nas mãos de membros do grupo libanês explodiram simultaneamente e 17 dos seus membros foram mortos num atentado à bomba em Beirute.
O Hezbollah tem atacado o norte de Israel a partir do sul do Líbano em apoio ao grupo extremista palestiniano Hamas, que enfrenta uma ofensiva militar israelita na Faixa de Gaza há quase um ano, que já provocou mais de 41 mil mortos, na maioria civis, e um desastre humanitário, desestabilizando toda a região do Médio Oriente.
Este clima de confronto tem aumentado os receios de uma guerra em grande escala no Médio Oriente.
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