Os líderes do grupo do G20 e países convidados, entre os quais Portugal, debatem esta segunda-feira na cidade brasileira do Rio de Janeiro a entrada numa aliança global contra a fome e reformas nos organismos internacionais.
A 'cidade maravilhosa' acolhe o primeiro de dois dias da cimeira do G20, presidida pelo chefe de Estado brasileiro, Lula da Silva, país que este ano assumiu a liderança do grupo das 20 maiores economias do mundo, que agregam cerca de dois terços da população mundial, 85% do Produto Interno Bruto (PIB) e 75% do comércio internacional.
Lula da Silva e a sua mulher, Janja, vão receber a partir das 08:30 locais os líderes mundiais no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, entre os quais o primeiro-ministro português, Luís Montenegro.
Entre os principais líderes destaca-se o Presidente cessante dos Estados Unidos, Joe Biden, e o líder chinês, Xi Jinping.
O principal ausente será o Presidente russo, Vladimir Putin, representado pelo seu chefe da diplomacia, Sergei Lavrov, já que o Tribunal Penal Internacional emitiu um mandado de prisão contra Putin por crimes de guerra noconflito na Ucrânia.
A partir das 10:00, Lula da Silva lança oficialmente a Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza e apresentará lista de países que já aderiram ao plano.
A iniciativa prevê a criação de uma plataforma global onde os países poderão incluir os seus programas de erradicação da fome e da pobreza, estabelecendo os seus próprios planos e metas, e os membros da Aliança ajudarão a atingir esses objetivos com contribuições financeiras.
A plataforma servirá também para partilhar experiências, tecnologias e conhecimentos sobre os planos bem-sucedidos.
A 08 de novembro, o ministro português dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, declarou que Portugal se associa à Aliança do G20 Contra a Fome e a Pobreza como membro fundador e que o faz "com grande empenho e entusiasmo".
Mais de 700 milhões de pessoas enfrentaram a fome em 2023, um em cada 11 habitantes no mundo e um em cada cinco em África, de acordo com a ONU.
A sessão da tarde, a partir das 14:00 horas, ficará marcada por outro dos grandes objetivos da presidência brasileira no G20: a reforma da governança global.
Lula da Silva tem reivindicado a presença de países do chamado Sul Global no Conselho de Segurança da ONU e reformas das instituições financeiras como o Banco Mundial, Fundo Monetário Internacional e Organização Mundial do Comércio (OMC).
Para além dos representantes dos países membros plenos do grupo, mais a União Europeia e a União Africana, são esperados representantes de 55 países ou organizações internacionais, entre os quais Portugal - país convidado pelo Brasil -, que será representado pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, Angola, representado pelo seu Presidente, João Lourenço, e a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.
O G20 é constituído pelas principais economias do mundo: Estados Unidos, China, Alemanha, Rússia, Reino Unido, França, Japão, Itália, Índia, Brasil, África do Sul, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Canadá, Coreia do Sul, Indonésia, México, Turquia, e ainda pela União Europeia e União Africana.
Com Lusa