O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, foi demitido do seu cargo depois de ter sido denunciado por várias mulheres por assédio sexual junto da organização não governamental (ONG) Me too Brasil.
Em comunicado, o Palácio do Planalto afirmou que o presidente brasileiro Lula da Silva "considera insustentável a manutenção do ministro no cargo considerando a natureza das acusações".
"Diante das graves denúncias contra o ministro Sílvio Almeida e depois de convocá-lo para uma conversa no Palácio do Planalto, no início da noite desta sexta-feira (6), o presidente Lula decidiu pela demissão do titular da Pasta de Direitos Humanos e Cidadania", informou o Governo do Brasil.
A saída foi confirmada após uma reunião com o presidente Lula da Silva no Palácio do Planalto.
Silvio Almeida diz-se vítima de uma "campanha" racista
Isabel Rodrigues, candidata a vereadora de Santo André, um município em São Paulo, pelo Partido Socialista, partilhou um vídeo nas suas redes sociais dizendo que, há cinco anos, durante um almoço com alunos de um curso de Direito do agora ministro Sílvio Almeida, este estava sentado ao seu lado e, em determinado momento, passou a mão por baixo da sua saia.
"Ele levantou a saia e colocou a mão nas minhas partes íntimas, com vontade. Eu fiquei estarrecida, fiquei com vergonha das pessoas, porque é assim que as vítimas se sentem", detalhou Isabel Rodrigues.
A candidata a vereadora disse ainda que após o almoço ligou ao agora ministro dos Direitos Humanos, tendo dito: "Você cometeu uma violência sexual comigo, você é advogado e sabe que isso é violência".
As acusações contra Sílvio Almeida, o único ministro negro do Governo de Lula da Silva e que se diz vítima de uma "campanha" racista, foram veiculadas pelo site Metrópoles e ratificadas pela organização Me Too, segundo a qual várias mulheres, cujas identidades são mantidas em sigilo, o denunciaram.
Com Lusa