"Este indicador reflete que ainda estamos muito abaixo dos 50% das necessidades", disse Afonso Madopo, diretor da WCS durante a celebração do 70.º aniversário da criação da REN, data assinalada na quinta-feira.

A Reserva Especial do Niassa é gerida no âmbito de um acordo de parceria público-privada envolvendo o Governo de Moçambique, através da Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC), e a Wildlife Conservation Society (WCS).

"Estes investimentos têm sido cruciais não só para a conservação da biodiversidade, mas também para o desenvolvimento socioeconómico das comunidades", referiu Afonso Madopo.

Estabelecida em 1960, a Reserva Espacial do Niassa - criada como reserva de caça em 09 de outubro de 1954 -, localizada no norte do país, é a maior área protegida de Moçambique, com uma extensão de 42.400 quilómetros quadrados, albergando das maiores populações de algumas espécies no país, como elefantes, leões, leopardos, búfalos entre outros.

A reserva integra a Área de Conservação Transfronteiriça Niassa-Selous, que resulta de um acordo bilateral entre Moçambique e Tanzânia.

De acordo com informação do Ministério da Terra e Ambiente a propósito do 70.º aniversário, os investimentos e reformas legais nos últimos dez anos "trouxeram uma nova dinâmica e enormes ganhos para as áreas de conservação, em particular a Reserva Especial do Niassa".

"A redução de atividades ilegais com destaque para o registo zero de mortes de elefantes por caçadores furtivos a partir de 2019 e por três anos consecutivos e o crescente aumento da fauna na ordem de 10 a 27% são algumas das maiores conquistas do Governo e da administração da reserva em particular", acrescenta-se na informação.

Ainda na cerimónia do aniversário da REN, a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), que tem financiado vários programas ambientais naquela área, garantiu que vai manter esse apoio nos próximos anos.

"Continuaremos a apoiar iniciativas que não só conservam a vida selvagem como também que capacitam as comunidades para protegerem os seus recursos naturais", disse Helen Pataki, diretora da USAID em Moçambique.

De acordo com dados da WCS, estima-se que a Reserva Nacional do Niassa representa 21% da Rede de Áreas Protegidas de Moçambique e 51% dos seus parques e reservas terrestres, fazendo "parte de um grupo de elite e cada vez mais raro de apenas sete 'mega-áreas' protegidas" na África Subsaariana.

Segundo a WCS, os principais desafios na Reserva Nacional do Niassa prendem-se com a necessidade de aumento e capacitação do seu efetivo de fiscais, incremento da vigilância aérea, incremento de meios que permitam uma maior capacidade reativa, proativa e eficiente na monitorização e fiscalização e estabelecimento de mais parcerias para cobrir as despesas de treinamentos e aquisição de meios de mitigação do conflito homem-fauna bravia e trabalhos comunitários.

PVJ // VM

Lusa/Fim