Os militares israelitas dizem ter realizado um “ataque direcionado” na capital libanesa, Beirute, esta sexta-feira. O comandante de uma unidade de elite do Hezbollah foi morto nesse ataque, de acordo com uma fonte próxima do grupo libanês pró-iraniano. "O ataque israelita teve como alvo o chefe da força Al-Radwan, Ibrahim Aqil, que foi morto", disse a fonte não identificada à agência francesa AFP.

Ibrahim Aqil era procurado pelos Estados Unidos, ainda segundo a agência francesa.

O fogo cruzado é uma realidade, o que faz antever uma escalada no conflito. A Associated Press cita o Hezbollah e as forças militares israelitas, que dão conta do lançamento de 140 rockets sobre o norte de Israel. No entanto, a agência israelita Kan diverge ligeiramente na contabilização e afirma que esta sexta-feira foram disparados 150 rockets a partir do Líbano.

O Presidente de Israel, Isaac Herzog, reagiu ao ataque, declarando que o seu país "não queria esta guerra", mas argumentou que os israelitas têm o direito de viver em paz. Nas redes sociais, o chefe de Estado afirmou que seu país tem o direito de "viver como qualquer outro povo, em paz, segurança e tranquilidade".

O Presidente indicou também que a ofensiva israelita contra o território libanês visa garantir "os direitos mais básicos de qualquer nação" também para Israel, e que os residentes retirados do norte do país podem regressar às suas casas. "Ontem (quinta-feira) à noite, assistimos às ações precisas e impressionantes da força aérea israelita contra o Hezbollah. Não há dúvida de que, ainda hoje, o mundo sabe - tanto os nossos inimigos como os nossos amigos - que temos uma força aérea feita de aço", acrescentou. Herzog quis ainda reafirmar a determinação israelita em “derrotar o terrorismo”.

Ataque de precisão em Beirute

Quatro rockets atingiram um edifício em Dahieh, de acordo com o jornal “The Guardian”, que cita a Agência Nacional de Notícias do Líbano (NNA). Ambulâncias transportaram os feridos do local, e a proteção civil do Líbano pediu aos restantes cidadãos que ficassem em casa, de forma a manter as estradas livres para os trabalhadores de emergência.

Pelo menos oito pessoas morreram no ataque, mas este número deverá aumentar, quando os paramédicos chegarem ao local. Mais de 50 pessoas ficaram feridas. O ataque ocorreu na hora de ponta, pouco antes das 16h (hora local).

O ataque teve como alvo um edifício perto da mesquita al-Qaem, no bairro de Haret Hreik, no sul de Beirute. Trata-se de uma zona residencial, mas a Reuters, citando uma fonte de segurança libanesa, adianta que o ataque ocorreu perto de uma instalação do Hezbollah.

As imagens do ataque mostram carros queimados ao longo de uma rua movimentada, enquanto as pessoas cercam um edifício de onde saía fumo.

Um porta-voz do Exército israelita emitiu um comunicado, dizendo que “conduziu um ataque de precisão na zona de Beirute”, e acrescentando que não houve “qualquer alteração nas instruções do comando da frente interna”.

Trata-se da terceira vez que Beirute é atingida por um ataque aéreo israelita desde que os combates entre o Hezbollah e Israel começaram a 8 de outubro, quando o grupo libanês lançou rockets “em solidariedade” com o ataque do Hamas no dia anterior.

Mas este ataque também acontece dois dias depois de uma ampla ação ofensiva contra walkie-talkies e pagers, que feriu mais de 3000 pessoas e fez pelo menos 42 mortos. O Hezbollah e o Líbano acusaram Israel de estar por trás do ataque, mas Israel não comentou a operação.

*Atualizado às 16:03 (com o número mais recente de mortes causadas pelo ataque)