O inquérito que é publicado todos os anos pela Campanha Internacional para a Proibição das Minas Terrestres identificou 5.750 vítimas de minas terrestres e resíduos explosivos, 1.900 das quais mortais, em mais de 50 territórios.

O Tratado de Proibição de Minas, que entrou em vigor no início de 1999, tem o objetivo de eliminar totalmente este tipo de armamento, que faz vítimas causadas durante os conflitos, mas também pelos riscos a médio e longo prazo.

Em 2023, as organizações não-governamentais confirmaram a limpeza total de mais de 280 quilómetros quadrados de terrenos contaminados por minas antipessoais e a destruição de mais de 160 mil fabricos explosivos. O tratado da proibição de minas, fez com que 33 países removessem todas as minas do seu território.

Especialistas do tema receiam que o progresso feito pelo tratado possa ser "invertido".

A Rússia e a Birmânia, que não são países pertencentes ao tratado, utilizaram estes explosivos no ano passado. No caso da Birmânia, aparece pela primeira vez como o país com o maior número de vítimas, com mais de mil registadas em todo o ano de 2024, depois de três anos consecutivos com a Síria na liderança deste armamento.

O relatório também coloca em destaque a Guarda Revolucionária Iraniana e as forças armadas norte-coreanas, que alegadamente utilizaram minas terrestres em 2023 e na primeira metade de 2024.

Um dos autores do relatório, Mark Hiznay, diretor adjunto do armamento da Human Rights Watch (HRW), afirmou que as novas utilizações deste armamento por países fora do acordo global "ameaçam tanto as vidas dos civis como a eficácia deste tratado que salva vidas".

Os Estados Unidos, o único país da NATO que não é parte do tratado das minas, não fazem parte da lista de 164 países que já assinaram, mas o Presidente norte-americano, Joe Biden, declarou em meados de 2022 que tinha interesse em avançar para a assinatura do acordo.

O plano de Biden colide com a aprovação do envio de minas antipessoais para a Ucrânia, numa aparente tentativa de ajudar as forças armadas ucranianas a reforçar as linhas da frente para travar o avanço russo, conforme noticiado hoje por diversos órgãos de comunicação social norte-americanos, como o 'The Washington Post' e a CNN.

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