Questionada, esta segunda-feira, sobre as declarações de Luís Marques Mendes, a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, disse que considera ser "uma ministra que todos os dias se levanta e trabalha para servir os portugueses". "Enquanto aqui estiver, a minha missão é dar resposta aos problemas, e é isso que estou a fazer e continuarei a fazer enquanto o Sr. Primeiro-Ministro entender que devo continuar neste cargo", afirmou.

No domingo, no seu habitual espaço de comentário na SIC, Luís Marques Mendes afirmou que Ana Paula Martins "corre o risco de ser uma ministra a prazo" e que poderá ser obrigada a demitir-se caso os inquéritos abertos pelo Ministério Público concluam que houve uma ligação entre a greve do INEM e as mortes recentemente noticiadas.

Para o social-democrata, a gestão da crise do INEM foi o primeiro “caso sério de desgaste do Governo” e mostrou “amadorismo” por parte dos principais intervenientes.

INEM "tem estado a assumir tarefas que não são da sua competência"

Aos jornalistas, ainda esta segunda-feira, a ministra da Saúde recordou que está em curso um concurso para a presidência do INEM e indicou que Sérgio Janeiro, o atual presidente, deverá ser um dos candidatos. "É quase certo que o Dr. Sérgio Janeiro será um desses candidatos", referiu.

Garantiu ainda estar a trabalhar para que, "a muito curto prazo", o INEM recupere "a sua capacidade de resposta". "Estamos a falar de uma capacidade assistencial essencial, especialmente agora que estamos à beira do inverno — ou, praticamente, já no inverno. O número de pessoas a recorrer às urgências está a aumentar, e precisamos urgentemente de um INEM que consiga dar resposta."

A ministra destacou também que, nos últimos anos, "além das dificuldades que o INEM enfrentou e que limitaram a sua capacidade de resposta", a gestão das urgências "tem sobrecarregado significativamente o instituto". Por isso, foi iniciada uma revisão da organização das urgências. "O INEM tem estado a assumir tarefas que não são da sua competência", sublinhou.