Os sapadores bombeiros, que estão esta quarta-feira em protesto junto à Assembleia da República por melhores condições de trabalho, tentaram entrar no Parlamento, mas foram impedidos pela polícia. Rebentaram petardos e queimaram casacos. O sindicato diz que “não estava previsto”, mas justifica a tensão no local com “revolta” de vários anos.

A confusão instalou-se assim que, minutos depois da manifestação começar, os sapadores bombeiros deitaram as baias ao chão.

Os profissionais em luta subiram as escadarias da AR “muito rápido e com violência” para entrar no Parlamento, mas foram travados pela Polícia de Segurança Pública (PSP).

Após a tentativa de invadirem o edifício, as autoridades criaram uma barreira.

Rebentamento de petardos, buzinas, apitos, gritos de ordem e fumo vermelho, assim é o ambiente no local. Os profissionais em luta queimaram um casacos dos bombeiros e um pneu e cantaram o hino nacional várias vezes.

Ricardo Cunha, do Sindicato Nacional dos Bombeiros Sapadores, diz que a tensão durante o protesto não estava prevista, mas refere que o resultado de uma “revolta” de anos, agravada pela atual postura do Governo.

Os sapadores bombeiros têm uma nova manifestação marcada para dia 10 de outubro.

O que reivindicam?

Recebem pouco mais de 7 euros de subsídio de risco, queixam-se de salários e horários indignos e lembram que o aumento da idade da reforma já se traduziu na perda de vidas de camaradas.

  • Atualização do salário;
  • Atualização do suplemento de risco (que atualmente é de apenas 7,30€ por mês), e de suplementos de penosidade e insalubridade;
  • Novo sistema de avaliação;
  • Horários de trabalho mais dignos;
  • Diminuição da idade da reforma (que, em 2019, passou dos 50 para os 60 anos.

O dirigente Sindicato Nacional dos Bombeiros Sapadores (SNBS) lembra que "existiu um compromisso do anterior Governo" para atribuir a compensação aos bombeiros "com retroatividade a janeiro de 2023, mas, "até à data, tal não aconteceu".