O primeiro-ministro, Luís Montenegro, discursa, esta quinta-feira, pela primeira vez, perante a Assembleia-Geral da ONU, em Nova Iorque, na sessão de debate anual entre chefes de Estado e de Governo.

Segundo a lista das Nações Unidas, o chefe do Governo português será o quinto a intervir no período da tarde do debate geral desta 79.ª sessão da Assembleia-Geral da ONU, já de noite em Lisboa.

De manhã, o primeiro-ministro terá um pequeno-almoço com membros da Câmara de Comércio Portugal-Estados Unidos da América, da PALCUS - Portuguese American Leadership Council e da PAPS - Portuguese American Post Graduate Society.

Depois, vai inaugurar as novas instalações do Consulado-Geral de Portugal em Nova Iorque, da Agência para o Investimento e o Comércio Externo de Portugal (AICEP) e do Turismo de Portugal.

O chefe do executivo PSD/CDS-PP aproveitou esta deslocação para encontros com representantes de comunidades emigrantes portuguesas. Esteve em Mineola, Long Island, logo à chegada aos Estados Unidos, na terça-feira à noite, e estará em Newark, hoje à noite, antes de viajar de regresso a Portugal.

"Não deixar ninguém para trás: agindo juntos para o avanço da paz, do desenvolvimento sustentável e da dignidade humana para as gerações presentes e futuras" é o tema desta sessão da Assembleia-Geral da ONU.

Na quarta-feira, Luís Montenegro participou em vários eventos de alto nível paralelos ao debate na Assembleia-Geral entre representantes dos 193 países-membros da ONU. O primeiro-ministro reuniu-se com o secretário-geral da ONU, António Guterres, de quem ouviu elogios ao papel de Portugal nas Nações Unidas e a quem assegurou que o Governo português estará sempre ao seu lado.

Também na quarta-feira o primeiro-ministro deu uma entrevista à ONU News, na qual elogiou o acordo de mobilidade na CPLP uma vez que, segundo o mesmo, tem sido muito favorável a Portugal. “Tem sido, francamente, muito favorável a Portugal o acordo de mobilidade com os países da comunidade lusófona”, disse.

Na entrevista, o chefe do Governo referiu que contava "aflorar esses assuntos", da imigração e da língua portuguesa, com o Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, com quem vai estar num evento comum na sede da ONU.

"Não seria má altura para nós podermos dar um passo que nunca conseguimos, mas que, creio, o Presidente Lula tem carinho pela ideia, que era conseguirmos que o português fosse também uma língua oficial das Nações Unidas", declarou.

Em Nova Iorque, está também o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, que na segunda-feira interveio em representação de Portugal na Cimeira do Futuro promovida pelo secretário-geral da ONU.

Em declarações públicas e encontros bilaterais, primeiro-ministro e ministro de Negócios Estrangeiros têm promovido a candidatura de Portugal a um lugar de membro não-permanente no Conselho de Segurança da ONU no biénio 2027-28, que foi anunciada em 2013 e nos últimos anos, desde 2021, tem sido tema das intervenções portuguesas perante a Assembleia Geral.

As eleições para os lugares a ocupar no Conselho de Segurança em 2027-28 vão realizar-se em 2026, ano em que António Guterres termina o segundo mandato de cinco anos como secretário-geral da ONU, lugar ao qual se candidatou, proposto por Portugal, em 2016, tendo sido reeleito em 2021.