Luís Montenegro garante que não houve negociações do Orçamento do Estado com o Partido Socialista (PS). Fonte do gabinete do primeiro-ministro assegura à SIC que não existiu troca de correspondência entre o Executivo e os socialistas durante o mês de agosto.
De resto, tal como Luís Montenegro já tinha afirmado, no último domingo, o gabinete do primeiro-ministro confirma que recebeu uma carta do PS no final de julho, mas diz que, até ao momento, não houve qualquer resposta, nem sequer por telefone.
O gabinete de Luís Montenegro adianta também que, até agora, não chegou a São Bento a carta que o Chega disse, na última segunda-feira, ter enviado ao primeiro-ministro.
Chega fora das negociações e insiste em "traição" do Governo
André Ventura voltou a insistir, esta quarta-feira, que o Chega ficará fora das negociações do Orçamento do Estado de 2025, classificando a decisão como “irrevogável”.
O líder do Chega voltou a acusar o Governo de ter traído o partido e a direita, acusando-o de mentir, ao dizer que não estava a negociar com o PS – informação que é desmentida pelo gabinete do primeiro-ministro.
"O Governo mentiu-nos, o senhor primeiro-ministro mentiu, o Governo traiu-nos. É assim que nos sentimos", afirmou Ventura . "Foram apanhados a negociar, porque o país sabe que estão a negociar e Pedro Nuno Santos está na dúvida entre ser oposição ou ser muleta do G overno . "
André Ventura afirma que o Chega deu todas as condições ao Executivo para negociar o Orçamento, mas que Luís Montenegro preferiu conversar com o PS, deixando para este a responsabilidade de viabilizar o documento.
"Aprovar Orçamento não é favor ao Governo"
O primeiro-ministro já veio reiterar a disponibilidade para negociar o Orçamento do Estado com o Partido Socialista. Luís Montenegro traça, no entanto, algumas linhas vermelhas e defende que a aprovação da proposta não é nenhum “favor” que a oposição faz ao Governo.
“Estou empenhado em dialogar com todos os partidos políticos, para podermos ter condições de ter um Orçamento aprovado”, assegurou Montenegro. “Um Orçamento aprovado não é um favor que se faz ao Governo.”
Luís Montenegro não responde se está disponível para aceitar as exigências do Partido Socialista - não falando dasquestões do IRC e do IRS, que dividem o maior partido da oposição e o Governo.
“O Partido Socialista tem, com certeza, as suas opiniões, que entende não querer ferir, mas respeita que a linha governativa é a linha do Governo”, atir ou . “No caso do PSD, aquilo que podem contra é disponibilidade para aproximar posições a bem de Portugal.”
A aproximação concretiza-se numa nova ronda de reuniões, nas próximas semanas. Irá até lá o PS ter os dados da evolução orçamental dos anos de 2024 e para 2025, como exige?
“Entregaremos todas as informações que forem necessárias e que estiverem disponíveis para que os partidos possam formar a sua posição e as suas propostas para o Orçamento do Estado”, responde em abstrato.
“As portas estão abertas para a negociação e foram abertas pelo Governo”, finalizou.