Entre janeiro e junho de 2024, foram registados em Portugal 17.900 acidentes rodoviários com vítimas - 220 vítimas mortais, 1.257 feridos graves e 20.795 feridos leves, segundo dados divulgados pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR).

Comparando com o mesmo período de 2023, verifica-se uma redução no número de vítimas mortais nas estadas portuguesas. Por outro lado, os dados da ANSR mostram um aumento da sinistralidade e de feridos considerados graves.

“Face aos primeiros seis meses de 2023, registaram-se menos 19 vítimas mortais (-8,2%), e uma diminuição de 11,2% no índice de gravidade que reduziu de 1,41 para 1,25. Contudo, registaram-se mais 571 acidentes (+3,4%), mais 56 feridos graves (+5,0%) e mais 692 feridos leves (+3,6%)", pode ler-se no Relatório de Sinistralidade 24h e fiscalização rodoviária de junho de 2024.

As colisões foram o tipo de acidente mais frequente neste período (52,9%), causando 41,1% das vítimas mortais e 45,8% dos feridos graves. Contudo, foram os despistes, que representaram 33,4% do total de acidentes, a causa de maior número de mortes nas estadas portuguesas (43,5%).

A maioria das vítimas mortais (72,9%) correspondiam a condutores, enquanto 15,4% eram peões e 11,7% passageiros. O número das mortes nas estradas dentro de localidades foi superior em relação a 2023.

Apesar de 70% dos veículos intervenientes nos acidentes terem sido automóveis ligeiros, a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária destaca que o número de acidentes com bicicletas e motas tem vindo a aumentar.

“De salientar que se verificaram subidas significativas nos velocípedes (+49,2% face a 2019 e +2,9% comparando com 2023) e nos motociclos (+34,0% e +1,3% perante os mesmos anos)", diz o relatório enviado às redações.

Criminalidade rodoviária sobretudo à condução sob efeito de álcool

No primeiro semestre de 2024 foram fiscalizados 118,9 milhões de veículos, quer presencialmente, quer através de meios de fiscalização automática, verificando-se um aumento de mais de 75% em relação a 2023.

O número de infrações aumentou 3.4% face ao ano passado, ascendendo a 453,6 mil. A maioria (72%) foi referente a excesso de velocidade, que registou um aumento de quase 20%. Por outro lado, nos outros tipos de infrações verificaram-se decréscimos, destacando-se “para além das relativas ao cinto de segurança e da utilização do telemóvel", o uso obrigatório de sistemas de retenção para crianças, as chamadas ‘cadeirinhas’.

As autoridades realizaram cerca de 912,6 mil testes de álcool, tendo sido registada uma diminuição comparativamente ao período homólogo de 2023.

“A taxa de infração (n.º de infrações por álcool/n.º de testes efetuados) desceu de 1,8% em 2023 para 1,4% em 2024, uma redução de 19,9%", pode ler-se.

A criminalidade rodoviária, medida em número total de detenções, diminuiu em comparação ao mesmo período de 2023, atingindo 10,9 mil condutores. Do total, 56,7% deveu-se à condução sob a influência de álcool, seguindo-se 33,4% por falta de habilitação legal para conduzir.

Até junho de 2024, cerca de 708,6 mil condutores perderam pontos na carta de condução.