O Ministério Público (MP) acusou nove pessoas de, em fevereiro, terem sequestrado e agredido um casal e raptado duas crianças, netos de uma das vítimas, divulgando isto em direto nas redes sociais.

A Procuradoria-Geral Regional do Porto adiantou, esta sexta-feira, na sua página oficial de Internet, que os nove arguidos, um dos quais se encontra em paradeiro incerto, são familiares da mulher sequestrada e agredida e de um dos suspeitos, ex-marido desta.

Entre os nove suspeitos estão os dois filhos da mulher e do ex-marido desta, de quem ela estava separada, especificou.

O MP explicou que os arguidos, "sob o comando" do ex-companheiro daquela mulher, engendraram um plano para fazer com que esta voltasse a residir com este e de lhe retirar os netos que aquela tinha a seu cargo desde 2020.

Nessa sequência, a 6 de fevereiro, pelas 07:40, os arguidos foram até à casa do casal em Gondomar, no distrito do Porto, e apontaram armas de fogo à cabeça e facas ao pescoço do homem, agredindo-o e causando-lhes vários ferimentos, especificou a procuradoria. Os suspeitos agrediram com murros e pontapés a mulher e cortaram-lhe o cabelo, tendo esta desmaiado na sequência das agressões, salientou. Além disso, acrescentou a procuradoria, partiram portas e móveis da habitação e levaram as duas crianças, colocando-se em fuga. Estas agressões foram partilhadas em direto nas redes sociais pelos suspeitos, sublinhou.

As duas crianças, raptadas da casa da avó, ficaram em casa de um dos arguidos, ex-marido desta, com mais 11 pessoas de onde foram resgatados a 11 de abril, após a realização de buscas domiciliárias, vincou o MP.

"Ao saberem que os ofendidos haviam participado às autoridades policiais, os arguidos voltaram a ameaçar de morte os ofendidos", frisou.

Quatro destes arguidos estão em prisão preventiva, medida de coação mais gravosa, e três a obrigação de permanência na habitação desde 12 de abril, revelou.

O MP acusou estes nove arguidos da prática, em coautoria, dos crimes de rapto dos menores, sequestro, roubos, ofensas à integridade física qualificada, ameaça e dano. Um destes responde ainda por um crime de detenção arma proibida.