Tem 34 anos e garante que nunca teve intenção de ser um geek da indústria aeronáutica. Escolheu forma-se em Engenharia Aeroespacial, no Instituto Superior Técnico, porque o curso tinha fama de ser difícil e Nuno gostava de resolver problemas complexos. O atual CEO da Paynest, chegou a trabalhar na Bombardier, mas acabaria por desviar caminho para outras áreas. Encantou-se pela tecnologia e pelo setor financeiro, enquanto consolidava o currículo em empresas como a McKinsey e a Amazon.
Foi precisamente enquanto gozava a sua primeira licença de parentalidade da Amazon que decidiu trocar o certo pelo incerto e regressar a Portugal para criar a sua própria empresa. A determinada altura, recorda, “percebi que tinha 20 e tal anos, sabia como é que um avião a voa, mas não sabia como deveria gerir as minhas finanças”. O problema, que sentiu como transversal a grande parte da sociedade, acabaria por dar o mote à criação da Paynest, uma startup focada em promover o bem-estar financeiro na população ativa que, em menos de dois anos de existência, já levantou 3,5 milhões de euros em capital junto de investidores.
“Tens sempre escolher uma posição que seja dois níveis acima do tamanho do teu sapato. Muito mais do que isso vais tropeçar, abaixo disso não estás a crescer tanto como poderias”. Este conselho, que Nuno ouviu de um antigo líder, sempre guiou a sua carreira. "Para mim sempre foi muito importante, e sempre tentei, ir mais além que o habitual, mudar bastante e sair da minha zona de conforto, porque acho que é assim que se aprende mais".
O CEO da Paynest compara a função do líder com a de um atleta de alta competição: "não são só as horas que ponho em trabalho, é também o cuidar das minhas decisões. Se eu tentar dar o meu melhor para correr os 100 m o mais rápido possível, eu tentei o meu melhor para tomar melhor decisão. Se eu tiver mal dormido, não tiver bem fisicamente, mentalmente, financeiramente, então não vou tomar a melhor decisão. E isso tem um impacto muito maior para o negócio do que se calhar se eu trabalhar 12,13 ou 14 horas por dia, como já fiz muito no passado", explica.
O CEO é o limite é o podcast de liderança e carreira do Expresso. Todas as semanas a jornalista Cátia Mateus mostra-lhe quem são, como começaram e o que fizeram para chegar ao topo os gestores portugueses que marcaram o passado, os que dirigem a atualidade e os que prometem moldar o futuro. Histórias inspiradoras, contadas na primeira pessoa, por quem ousa fazer acontecer. Ouça outros episódios: