"Chegaram agora ao final da tarde e em boa hora porque estávamos a ficar com uma situação incontrolável. Estão a atuar e estamos a ficar um pouco mais descansados", afirmou Ana Rita Dias à agência Lusa.
Este incêndio progride numa zona de pinhal, aproximava-se da aldeia de Freixeda e avançava em direção a Vidago, já no concelho de Chaves.
A atuação dos oito meios aéreos poderá ajudar, segundo a autarca, a "respirar um pouco mais de alívio depois de três dias intensos e de preocupação".
Foram três dias de pedidos insistentes de reforço de meios e de apoio aéreo ao combate por parte da autarca e do comandante dos bombeiros deste concelho do distrito de Vila Real.
A atuação dos aviões está condicionada à luz do dia e esta é a frente ativa que, no município, estava a causar mais preocupações aos profissionais.
A meio da tarde, o comandante dos bombeiros de Vila Pouca de Aguiar, Hugo Silva, disse à Lusa que este incêndio estava a avançar "completamente incontrolável" numa zona de pinhal, com meios insuficientes para o combate, numa altura que estavam cerca de 130 operacionais no terreno.
O alerta para o primeiro incêndio em Vila Pouca de Aguiar foi dado pelas 07:30 de segunda-feira e a situação foi-se agravando ao longo do dia, com as chamas a manterem-se ativas até hoje.
Ana Rita Dias referiu que, pelas 19:30, estavam em resolução as frentes de Guilhado, Quintã e Parada, mantendo-se alguns focos ativos em Bornes de Aguiar, onde estão algumas equipas a intervir.
De Vila Pouca de Aguiar, as chamas galgaram para o concelho de Vila Real, por Covelo e Samardã, onde atuaram hoje cerca de 100 operacionais, com a situação a estar mais controlada ao final da tarde.
Ana Rita Dias já disse que em apenas três das 14 freguesias do concelho não houve alerta de incêndio desde segunda-feira, antevendo prejuízos enormes na floresta e agricultura.
Sete pessoas morreram e cerca de 50 ficaram feridas nos incêndios que atingem desde domingo as regiões Norte e Centro do país, nos distritos de Aveiro, Porto, Vila Real, Braga e Viseu, e que destruíram dezenas de casas e obrigaram a cortar estradas e autoestradas.
A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 62 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que nas regiões Norte e Centro, já arderam 47.376 hectares.
Segundo a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), hoje pelas 11:00, estavam em curso 38 incêndios, dos quais 15 eram considerados ocorrências significativas que envolviam mais de 3.000 operacionais, apoiados por cerca de mil meios terrestres e 25 meios aéreos.
O Governo declarou situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos incêndios nos últimos dias e alargou até quinta-feira a situação de alerta, face às previsões meteorológicas.
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