O ministro da Presidência disse, esta quinta-feira, que o Governo encara com "naturalidade" o envio do relatório da Inspeção-Geral das Finanças (IGF) sobre a privatização da TAP, em 2015 para o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), lembrando que não estão em causa factos novos.

"Aguardamos com toda a serenidade. A palavra está neste momento noutras instituições", referiu o ministro, sublinhando que foi o Governo que enviou para o Ministério Público e para o Parlamento.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) confirmou, esta quinta-feira, a receção do relatório da Inspeção-Geral das Finanças sobre a privatização da TAP, em 2015, e enviou o documento para o Departamento Central de Investigação e Ação Penal.

"Confirma-se a receção na Procuradoria-Geral da República, na tarde desta quarta-feira, do relatório da IGF. O mesmo foi remetido ao DCIAP onde, após análise, foi determinada a junção do documento a inquérito que se encontra em investigação nesse departamento e que, como é público, teve origem em participação apresentada pelos, à data, ministros das Infraestruturas e Habitação e ministro das Finanças", respondeu à Lusa a PGR.

Atual Governo "não está envolvido neste processo"

Questionado sobre o envio do relatório para o DCIAP, António Leitão Amaro notou que a auditoria não foi sobre "nada que tenha sido realizado por este Governo", não ignorando também que não é a primeira vez que o Parlamento vai analisar os factos que nele constam e que em 2020 o DCIAP arquivou "um processo sobre a operação de privatização".

"Aparentemente , pelo que vemos e o que lemos do relatório que remetemos, os factos são os mesmos, mas deixamos essa análise para o Parlamento, com toda a serenidade do mundo, de um processo e de um relatório que avalia comportamentos diferentes de vários governos, de vários responsáveis políticos, em diferentes momentos, que não este Governo", afirmou o ministro.

Leitão Amaro referiu ainda que "a palavra está neste momento em outras instituições, cuja intervenção foi suscitada pelo próprio Governo que, disse, encarou aquele enviou do documento para o DCIAP com a "naturalidade de quem sabe que não está envolvido neste processo, que sabe que os factos reportados são essencialmente os que já eram conhecidos" e que já terão mesmo sido "avaliados por uma comissão de inquérito no Parlamento".