O procurador especial Jack Smith pediu nesta sexta-feira a uma juíza em Washington para suspender todos os prazos de apresentação no processo federal que acusa o Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, de conspirar para tentar anular as eleições de 2020.

O pedido – que já foi aceite – para congelar o caso durante quase um mês surge numa altura em que os procuradores estão a ponderar se devem prosseguir com o processo, agora que Trump está de regresso à Casa Branca, escreve o “The New York Times”. A certificação como novo Presidente está prevista para 6 de janeiro do próximo ano e a tomada de posse para o dia 20 do mesmo mês.

“O governo pede respeitosamente que o tribunal anule os restantes prazos do calendário do pré-julgamento para que o governo tenha tempo para avaliar esta circunstância sem precedentes e determinar o caminho apropriado a seguir, de acordo com a política do Departamento de Justiça”, indica o documento citado pelo diário norte-americano. Os procuradores pediram um novo prazo (2 de dezembro) para o governo apresentar “um relatório de situação ou informar o tribunal sobre o resultado das suas deliberações”.

Uma política de longa data do Departamento de Justiça proíbe a acusação de presidentes em exercício. Jack Smith já iniciou discussões com os líderes do departamento sobre a melhor forma de encerrar tanto o caso de interferência eleitoral como o outro processo federal contra Trump, em que este é acusado de manter ilegalmente documentos confidenciais depois de deixar o cargo.

O pedido para suspender o caso foi o primeiro sinal de que Smith e a respetiva equipa estão a tentar perceber como encerrar os dois processos, aponta o “The New York Times”. Os procuradores pediram à juíza Tanya S. Chutkan para adiar os prazos agora porque os advogados de Trump deveriam ter de apresentar um documento relevante no dia 21 de novembro.

Pelo menos por enquanto, a equipa de Smith não fez um pedido semelhante para pausar os esforços para reavivar o caso dos documentos confidenciais, que foi arquivado na totalidade no verão pela juíza Aileen M. Cannon. A juíza, nomeada por Trump, rejeitou todas as acusações com base no facto de Smith ter sido ilegalmente nomeado para o cargo de conselheiro especial.